PUBLICIDADE

A bancada da bala

PUBLICIDADE

Uma comissão especial da Câmara Federal acaba de aprovar mudanças no Estatuto do Desarmamento, vigente desde 2003. As mudanças, agora, vão a plenário para colher os votos dos deputados. Na prática, a aplicação da lei desprezou a vontade popular, pois  o resultado do referendo de 2005, quando 64% dos eleitores brasileiros se manifestaram contra a proibição do comércio de armas de munições. As restrições atingiram as pessoas que costumam cumprir a lei e não desarmaram os bandidos. Ao contrário, o número de homicídios com armas de fogo aumentou em quantidade e em participação nas mortes. 65% dos homicídios foram praticados com arma de fogo antes do Estatuto. Agora estão acima de 70%.

As mudanças de agora, na verdade, não estimulam o acesso às armas, mas proporcionam um controle delas. Com as mudanças, a lei poderia ser chamada de Estatuto do Controle de Armas. Baixar a idade de 25 para 21 anos foi feito para dar acesso aos que exercem a função de vigilante, por exemplo. Além disso, desde os 16 anos o brasileiro tem o poder de eleger presidente da República; a partir dos 18 anos, de dirigir automóvel; 21 fica uma idade razoável para ter a responsabilidade de comprar uma arma, desde que preencha os demais requisitos. A propósito, o automóvel é uma arma e concede-se o porte facilmente; o porte de arma continuará sendo rigoroso: a pessoa terá que provar a necessidade de defesa. Sem porte, ficará com a arma em casa, para defesa do lar, sua cidadela. É como ter um carro e mantê-lo na garagem.

            Armas, por si, não matam. A violência está na pessoa. Um violento matará com faca, pau, pedra, fogo ou pontapés. Armas, ao contrário, podem ser dissuasoras. Na Suíça, todos têm arma de guerra em casa; nos Estados Unidos, há mais de uma arma de fogo per capita. E nenhum bandido arrisca invadir casas por lá. Pode encontrar a vovó apontando um cano duplo para o invasor. Napoleão, quando surgiu o fuzil na guerra, escreveu que todos se tornavam iguais pelo fuzil – grandes e pequenos, fortes e fracos. Foi um velho revólver com munição antiga que a velhinha de Caxias do Sul usou para se defender do ladrão que invadira sua casa. A velhinha sobrepujou o invasor graças a uma arma de fogo. O inventor do revólver, Samuel Colt, disse que Abraham Lincoln fez os homens mais livres nos Estados Unidos e Colt os fez mais iguais.

A mudança corrige o absurdo de ter que registrar a arma a cada três anos; afinal, automóvel registra-se uma única vez. Porte sim, tem que ser rigoroso e renovado periodicamente, mas não a cada ano. Imagine um atirador olímpico tendo que passar por toda burocracia repetindo todas as exigências, para conseguir uma guia de transporte de suas armas esportivas a cada ano. Além disso, é claro, a pessoa tem que estar familiarizada com o uso e guarda da arma, com responsabilidade. Dizem que a  mudança foi promovida pela bancada da bala; na falta de argumentos tentam desacreditar as pessoas. É gente que, no fundo, consegue a proteção dos bandidos.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

História e farsa

A História do Brasil se encaixa bem no pensamento...

País de surpresas

No Brasil os acontecimentos conseguem andar mais rápido que...

Na nossa cara

Quem chegou ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos na...

Segurança federal ?

O Presidente Lula talvez tenha querido desviar as atenções...
PUBLICIDADE