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Vendas de máquinas saltam 47,6% em Mato Grosso

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As vendas de máquinas agrícolas estão mais aquecidas em Mato Grosso neste começo de ano. No 1º bimestre foram vendidos 253 tratores de roda e 119 colheitadeiras, totalizando 372 unidades. A quantia representa aumento de 47,6% em relação ao mesmo período de 2016, que somou 117 tratores e 135 colheitadeiras, um total de 252. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o crescimento foi puxado, principalmente, pela demanda por tratores de roda que saltou 116% este ano.

O crescimento nas vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias vem sendo projetado pela Anfavea desde janeiro. A associação estima aumento de 13% este ano em comparação com o ano passado, com comercialização de 49,5 mil unidades em 2017 e expansão de 10,7% na produção, totalizando 59,6 mil em todo o país.

Uma revendedora de máquinas agrícolas localizada em Várzea Grande, que possui mais 4 lojas no interior, indica que houve crescimento nas vendas no começo deste ano, percentual inferior ao registrado em todo o Estado. “Comparando com o ano passado, tivemos um pequeno aumento, de cerca de 10%. Este número poderia ser maior, porque o Estado produziu muito e vai produzir mais este ano. Mas, o setor agropecuário está com medo de fazer investimentos, devido às políticas governamentais”, avalia Walter Zacarkin, diretor comercial da unidade.

O aumento da produção de grãos em Mato Grosso, que deve atingir 56,072 milhões de toneladas na safra 2016/2017, refletiu nas vendas de máquinas agrícolas no começo deste ano. Segundo o último Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em março, a produção prevista para esta safra é 29,1% maior que a 2015/2016 que totalizou 43,425 milhões (t). O crescimento na safra atual é puxado principalmente pela produção de soja e milho, que devem atingir 29,952 milhões (t) e 23,663 milhões (t), com aumento de 15,1% e 54,9% sobre a safra passada, respectivamente.

Leonildo Bares, produtor agropecuário e vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, informa que a facilidade de acesso ao crédito, a perspectiva de crescimento na produção desta safra e o preço favorável do produto este ano são fatores que influenciaram no crescimento das vendas de máquinas. “No ano passado tivemos uma grande queda na produção, impactada pela seca provocada pelo fenômeno El Niño. Isso influenciou muito na queda de investimentos. Para este ano, como a projeção é de aumento, o produtor está investindo mais. A vida útil dessas máquinas é de 10 anos, mas elas devem ser trocadas em uma média de 5 anos, no máximo, porque passando disso ela está obsoleta e não atende às necessidades da produção, já que a cada ano elas evoluem mais. O produtor que não quer ficar para trás precisa inovar sempre”, explica.

Além da evolução tecnológica, que impacta diretamente na eficiência da produção, outro fator apontado pelo produtor é o acesso mais facilitado ao crédito e o custo do dólar. “Agora o crédito está mais fácil, quando você financia uma máquina, o próprio bem é a garantia do banco. Até alguns anos atrás, o recurso para financiamento ficava atrelado aos bancos públicos. Hoje, com linhas de cré- dito também nos bancos privados, o acesso foi facilitado ao produtor rural que possui melhores condições de pagamento, em relação a limite de valor e prazo de pagamento. Além disso, o dólar acima de R$ 3 valoriza o preço da saca de soja”, explica Bares.

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