Dados do Observatório de Desenvolvimento do Estado, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT) mostram que o valor agregado dos produtos mato-grossenses exportados pelo setor rural teve aumento de 4,7%, entre os anos de 2019 e 2020. Até agosto deste ano a comercialização desses produtos também cresceu e o faturamento foi 8,5% maior.
A valorização do dólar influenciou positivamente a balança comercial do Estado. Em 2019, a participação total dos produtos que puxam a economia de escala na pauta mato-grossense de exportações perfez US$ 17,2 bilhões, superior aos US$ 16,4 bilhões de 2018. Esse saldo positivo mostra o aumento da comercialização associado ao aumento de valor agregado do complexo soja (grão, óleo e farelo), do segmento da carne e de outros produtos industrializados.
“Mesmo com o período da pandemia, Mato Grosso segue se consolidando como um grande Estado exportador e se mantém na liderança entre os que são os grandes exportadores do país. Os US$ 12,8 bilhões em negócios firmados de janeiro a agosto desse ano de toda a pauta mato-grossense exportada mostram que a produção já é maior que do ano passado, que foi de US$ 11,8 bilhões”, destacou César Miranda, secretário de Desenvolvimento Econômico.
Os principais produtos in natura e os de valores agregados totalizaram mais de 22 milhões de toneladas dos embarques, equivalente a cerca de US$ 9,5 bilhões em comercialização dos produtos do agronegócio (que inclui soja, algodão e proteína animal). O complexo soja participa com 57%, o algodão com 8%, o feijão com 0,5% e complexo proteína animal participa com 9,3%. No mesmo período do ano passado a quantidade da produção foi de mais de 18 milhões de toneladas, comercializados a US$ 7,8 bilhões.
Desses produtos, o feijão vem consolidando o crescimento das culturas dos “pulses” em Mato Grosso. A exportação de feijão teve um aumento de 19,89% no seu valor comercializado, chegando a U$$71,6 mi comparado com o ano de 2018. O mercado de grão, nos primeiros oito meses de 2020, já se apresentou 3% maior em relação a 2019, no quesito valores comercializados. Em moeda esse acréscimo representa U$$8,7 bi, sendo vendido em 2019 U$$ 8,4 bi.
Em comparação com a produção dos outros Estados brasileiros, Mato Grosso segue destacando os bons resultados na última safra das culturas de soja, milho e algodão, com aumento de 7%, 6% e 2% em toneladas, respectivamente. A análise da equipe da Superintendência de Agronegócio da Sedec revela que as culturas de amendoim, feijão, gergelim e sorgo estão ganhando espaço nas lavouras do Estado.
Das proteínas animais, a carne bovina aumentou a produção de 215 mil toneladas para 257 mil toneladas no comparativo dos meses de janeiro a agosto entre 2019 e 2020. Este montante significa acréscimo de 19,3% da produção e mostra outro saldo positivo para a comercialização de 35,5% do valor recebido pelos produtores. Este acréscimo no valor comercializado também foi sentido no total da quantidade vendida aos mercados estrangeiros.
De acordo com o levantamento do Observatório do Desenvolvimento, em 2020, os primeiros oito meses atingiu 71% de carne bovina comercializada com o mercado internacional em todo o ano de 2019, isso já representa um total de U$$ 1,08 bilhão transacionado com os mercados internacionais.
Nesse rol de bons resultados de produção e de comercialização no segmento carne, a suína também se destacou, com incremento de 72% na produção entre 2018 e 2019, com registros de 7,3 mil toneladas do produto e 12,6 mil toneladas respectivamente. O valor da comercialização da carne suína teve um incremento de 65% entre os períodos comparativos. Já na verificação entre os anos de 2019 e 2020 houve um aumento expressivo para as exportações de carne suína em aproximadamente 250%, indo de U$$ 10,9 mi para U$$ 38,3 mi. Este aumento no valor comercializado representou um crescimento de 263% no peso transportado.
O Governo de Mato Grosso tem desenvolvido políticas públicas para fomentar, atrair e impulsionar novos investimentos no setor agrícola e agroindustrial através dos programas de incentivos fiscais. Um deles é o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato (Prodeic), que tem como principal objetivo contribuir para verticalização do processo industrial. Outro é o Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), que promove a integração das atividades agropecuárias de MT.
O Programa de Incentivo ao Algodão de Mato Grosso (Proalmat) é mais um dos que visam promover o processo de verticalização e agroindustrialização do Estado. Há também o Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), realizado em parceria com o Governo Federal com o intuito de financiar o setor agropecuário e agroindustrial, visando o desenvolvimento econômico das principais regiões produtoras.
Apesar da produção de soja, milho e algodão estarem no topo da produção mato-grossense, é também cultivado no solo estadual outras variedades, como a cana-de-açúcar, o arroz, feijão, sorgo, gergelim, girassol e amendoim. Milho e soja compõem 92,3% da safra de grãos do Estado de Mato Grosso e a expansão de suas produções se consolidam, principalmente em função das plantas industriais de etanol de milho que se instalam no território.
O levantamento do Observatório do Desenvolvimento mostra que o Estado conta com 12 plantas de etanol, das quais a metade utiliza o milho como matéria-prima, além de outras plantas de biocombustíveis, em que a soja é um dos componentes.
O setor agropecuário continuará contribuindo com o crescimento do potencial de mercado de Mato Grosso e assim puxará o desenvolvimento de outras atividades da economia no estado. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram elevação da produção na agricultura e da pecuária, consequentemente do atendimento das necessidades do mercado interno e externo, bem como da força econômica do setor para superar crises como da pandemia do coraonavírus e outras que poderão existir.
“As informações divulgadas reforçam que o Governo de Mato Grosso está no caminho de fomentar agregação de valor na produção mato-grossense através de atração de investidores, da verticalização da produção agrícola e dos incentivos para a agroindústria”, afirmou César Miranda.
A projeção do Imea é de que Mato Grosso mantenha a liderança nos próximos dez anos na produção de soja, milho, algodão e proteína animal.