Mato Grosso lidera atualmente o abate de bovinos, com 15,8% da participação nacional, seguido por São Paulo (11,7%), Goiás (10,7%) e Mato Grosso do Sul (10,3%). No Brasil, o abate de bovinos aumentou 11,9% no 3º trimestre do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com os dados da Estatística da Produção Pecuária, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A melhoria desse quadro conta com o fomento de novos conhecimentos através da pesquisa científica, oNúcleo de Estudos em Pecuária Intensiva, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Sinop, e realiza pesquisas junto a instituições do setor que avaliam o desempenho nutricional e produtivo de animais da raça Nelore, no Estado. Resultados preliminares apontam taxas de ganho de peso que chegam a 1,2 quilos por dia, e que poderão auxiliar o pecuarista na tomada de decisão quanto ao custo-benefício.
A professora Kamila Andreatta, coordenadora do Nepi, explica que o trabalho teve início em setembro do ano passado na Fazenda Experimental da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso, que com quem empresas realizam a ação.
A pesquisa de campo contou com 176 bovinos da raça Nelore, com o “resgate” de bezerros, na transição entre a estiagem e o período de chuva, quando foram confinados para apresentarem duas taxas de ganho de peso, 0,75 e 1,20 kg/dia. “Os animais foram para área de pastagem e subdivididos em quatro grupos que receberam suplemento mineral aditivado ou suplemento proteico-energético.Na última fase todos os animais foram para o sistema de terminação intensiva a pasto receberam mesma quantidade de suplementos até o final quando foram abatidos para avaliação de carcaça e coleta de amostras de carne”, relata a coordenadora do Nepi.
Quanto à parte produtiva, o desempenho dos animais, a professora analisa como positivos. “Por exemplo, os animais que tiveram ganho de peso de 1,20 kg/dia durante a fase de “resgate” e receberam suplemento proteico-energético de 0,5% do peso corporal na fase pós-resgate ganharam em média 0,92 kg/dia que propiciou a estes animais maior peso de carcaça médio, 323 kg, ao final do experimento”, sintetiza.
A professora Kamila Andreatta conta ainda que os dados servirão para determinação do consumo de cada animal, a digestibilidade das dietas, dentre outras informações relacionadas à parte nutricional. Como resultado positivo a pesquisadora conta ainda que não houve o chamado “boi bolinha”, ou seja, aquele animal com excesso de deposição de gordura corporal durante a recria, e que apresenta, consequentemente baixo peso de carcaça. “Este fato, demonstrou a importância da genética dos animais demonstrando que mesmo com ganhos altos durante a recria depositaram músculo”, pontua a coordenadora do Nepi.
“Outra avaliação que fizemos, previamente, é que há tendência, nos animais que ganharam mais peso, de ter uma carne melhor e com teor de maciez perceptível para qualquer classe econômica, e 63% dos animais estavam abaixo dos 18 meses. A próxima etapa compreenderá de análises das amostras coletadas que serão realizadas no Laboratório do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (LabNEPI) do Câmpus de Sinop. A pesquisa contou também com apoio da FS Bioenergia e do Instituto Mato Grossense da Carne (IMAC).
A informação é da assessoria da UFMT.