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Temer anuncia auditoria em 21 empresas após a ‘carne fraca’ e tenta tranquilizar importadores

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O presidente Michel Temer, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, se reuniram, neste domingo à tarde, com presidentes da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antonio Camardelli, da ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal), Francisco Turra, além do presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), João Martins, da Abrafrigo, Péricles Salazar e José João Stival, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Nilson Leitão, o diretor geral da Polícia, Federal, Leandro Daielo, dentre outras lideranças e anunciou que foi montada força tarefa para inspecionar 21 frigoríficos, em vários Estados após a operação da Polícia Federal que  investigou o envolvimento de servidores do governo em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos e algumas das unidades investigadas estariam comercializando carne imprópria. Em Mato Grosso, principal produtor de carne no país, não foi constatada irregularidade.

Depois, Temer se reuniu com os embaixadores dos principais países que compram a carne brasileira. Há grande preocupação com possível queda nas importações por conta da repercussão negativa revelada na operação e com as 36 prisões. “Decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal que são, na verdade, 21 unidades no total. Três dessas unidades foram suspensas e todas as 21 serão imediatamente colocadas sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força-tarefa do Ministério da Agricultura. Todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores” e que o sistema de controle nacional é um dos mais respeitados do mundo, declarou o presidente aos embaixadores.

O presidente reforçou para os representantes dos países que, atualmente, o Brasil tem 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal e, dessas, “apenas” 21 estão envolvidas na operação Carne Fraca, que atingiu algumas das principais empresas do setor, como a BRF, que controla a Sadia e a Perdigão, e a JBS, responsável pelas marcas Friboi e Seara. Os grupos garantem a qualidade de seus produtos. Temer expôs ainda que, “da maneira como se deu a notícia” sobre as investigações, “pode ter criado uma preocupação muito grande”

Depois das audiências, o Palácio do Planalto informou, em nota, nota, que vai reforçar a cooperação entre o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal para apurar eventuais desvios no sistema de defesa agropecuária.

O ministro Blairo Maggi afirmou que as três plantas – frigoríficos- envolvidos na operação “permanecerão interditadas e os 33 fiscais agropecuários – que estão sob investigação – continuarão afastados. Ninguém será poupado, quem tiver que ser punido, será. Outra medida tomada foi o envio de três funcionários da Consultoria Jurídica para ter acesso ao processo em Curitiba, onde estão centralizadas as investigações da Polícia Federal. O objetivo é obter os laudos periciais dos produtos. Estamos preocupados com a segurança alimentar do consumidor. E, também com a imagem do Brasil lá fora a respeito da qualidade da nossa carne. O nosso Sistema de Inspeção Federal é um dos mais eficientes e rigorosos do mundo. Somos um país exportador de carnes. Os países que compram nossos produtos também fazem inspeção. No Ministério, são mais de 2.300 servidores que fiscalizam mais de 4.800 unidades produtoras habilitadas para a exportação para 160 países”, afirmou.

 

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão, disse que “a grande preocupação é que a forma que a notícia saiu afeta o mercado externo. Eu pedi, na reunião, ao diretor da Polícia Federal se o sistema de vigilância sanitária do país é falho. Ele respondeu que o sistema não é falho. Então, é preciso deixar muito claro que são 21 empresas investigadas, uma que foi interditada está desde fevereiro e dois pequenos no Paraná que produzem pequena quantidade de embutidos e frango”, expôs o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão, ao Só Notícias/Agronotícias. “A Frente Parlamentar vai acompanhar a celeridade das auditorias e vamos rever leis as penalidades dos servidores, principalmente fiscais sanitários, que cometem este tipo de crime, tornando as penas mais duras”, emendou. “A operação da Polícia Federal não estava investigando o sistema de vigilância sanitária do país, que controla exportações para 160 países, estava investigando desvio de condutas de servidores públicos do ministério”, concluiu.

Após as duas audiências, o presidente, embaixadores, dirigentes de entidades foram jantar em uma churrascaria.

(Atualizada às 18:58)

 

 

Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: Marcos Correa)

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