O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, explicou nesta segunda-feira, durante reunião com produtores de Minas Gerais, no município de Prata, que a determinação de suspender a importação de leite uruguaio adotada na última semana é temporária. Produtores têm reclamado junto ao Mapa que a importação do produto afeta negativamente a formação de preços no mercado doméstico, inviabilizando a produção local.
O assunto deverá ser discutido com o presidente da República, Michel Temer, nesta semana adiantou o ministro. “É muito complexo tratar disso, já que envolve não só o mercado interno, mas o externo também. Vamos agir com toda a calma, mas com firmeza para resolver o problema”, disse o ministro no município mineiro, onde houve protesto contra a importação de leite. A bancada ruralista, que tem mais de cem parlamentares está apoiando a suspensão e deverá levar essa posição ao presidente.
“Já demostrei ao presidente Temer o grau de deterioração em que se encontra o setor e argumentei que, se nada for feito, a sociedade brasileira sofrerá no futuro”, relatou Maggi, demonstrando preocupação com o risco de queda da produção nacional e com eventual desabastecimento mais à frente.
O ministro voltou a defender a importância de estabelecer um regime de cotas para a entrada de leite uruguaio no Brasil, durante o encontro em que esteve acompanhado do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas
Blairo Maggi explicou que há mais medidas em estudo para atender aos produtores nacionais e que será enviada missão de técnicos ao país vizinho, tendo como um dos objetivos averiguar se há triangulação do leite exportado ao Brasil, conforme alegam representantes de entidades que representam o setor leiteiro local e que se sentem prejudicados. A data da missão está sendo fechada entre o Mapa e o governo do Uruguai.