Após sofrerem grandes prejuízos em 2016 por conta do alto custo para manter a atividade, os suinocultores iniciam 2017 com alento nos preços dos principais insumos. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apesar das quedas nas cotações da carne e do animal vivo, as baixas acumuladas nos valores do milho e do farelo de soja têm sido mais acentuadas, aumentando o poder de compra de suinocultores frente a esses insumos neste início de ano.
O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou que no período de 16 de janeiro a 16 de outubro 2016, em Santa Catarina – principal estado produtor – houve uma melhora de 13,04% no poder de compra entre o quilo do animal vivo versus a saca de milho.
Esse mesmo movimento foi observado em outros estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, tanto na relação ao milho, quanto do farelo de soja [principais componentes da ração animal].
Nesta semana a ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), informou que o valor da saca de 60 quilos do milho baixou para R$ 29,00 (anterior R$ 32,00) e o farelo de soja subiu para R$ 1.130,00 no pagamento à vista (anterior R$ 1.100,00) e para R$ 1.150,00 no pagamento com 30 dias de prazo (anterior R$ 1.120,00).
Do mesmo modo, em Santa Catarina, a ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos) destacou a queda nos preços dos insumos como a ‘grande novidade da semana’. “A saca do milho teve uma queda de quase R$ 3 em uma semana. Com um custo menor, o produtor pode deixar os suínos no peso normal de abate, atendendo as exigências do mercado. Essa diminuição de custos traz um ânimo para o setor que já quase não acreditavam na atividade”, disse o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
No mercado de milho, vilão dos custos da atividade suinícola em 2016, as previsões são de preços menores para 2017, aliviando o caixa de produtores, cooperativas e agroindústrias. O fechamento da terça-feira (24) para os contratos negociados na BM&FBovespa para maio/17 foi de R$ 33,80/sc de 60 quilos, valor 50% menor que o recorde nominal histórico do físico nacional, de R$ 51,02/sc em maio de 2016, cotados pela Equipe Grãos/Cepea na região de Campinas (SP).
Segundo o último levantamento de safra da Conab, a produção total brasileira do cereal na safra 2016/17 deve crescer 25,9% em relação à anterior, para 83,8 milhões de toneladas – o aumento principal deve ser para o milho de segunda safra, de 37,7%, para 50,1 milhões de toneladas. Porém, a disponibilidade interna do produto para criação animal será determinada especialmente pela atratividade dos preços internacionais.
Além disso, o Cepea lembra que o setor suinícola pode contar com a possibilidade de importação de milho dos Estados Unidos, autorizada em 2016, além da compra de produto da Argentina e Paraguai.
Fonte: Notícias Agrícolas