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Soja: USDA tem impacto limitado sobre cotações e mercado fecha estável

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Os preços da soja terminaram a sessão desta terça-feira com estabilidade na Bolsa de Chicago depois da chegada dos últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). As posições mais negociadas fecharam o dia perdendo pouco mais de 2 pontos, com o maio abaixo dos US$ 9,40 por bushel. O agosto/17 ficou em US$ 9,52.

Logo após a divulgação dos novos dados, o mercado chegou a testar baixas de mais de 8 pontos, porém, foi devolvendo até o encerramento dos negócios. “Não houve um número excessivamente baixista, mas o efeito negativo é sentido”, diz Darell Holaday, da Country Futures, em entrevista ao portal internacional Agrimoney.

Um dos fatores de pressão foi o aumento dos estoques finais tanto norte-americanos – para 12,11 milhões de toneladas – e, principalmente os mundiais, os quais subiram para 87,41 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava algo perto de 84 milhões.

Além disso, houve um aumento ainda da produção do Brasil – 111 milhões de toneladas – e da Argentina – 56 milhões de toneladas, o que também pesou sobre as cotações, porém, com números que ficaram dentro das expectativas do mercado.

Paralelamente, o mercado trouxe ainda um aumento da sua estimativa para as importações de soja por parte da China para 88 milhões de toneladas, o que ajudou a equilibrar o impacto do boletim sobre as cotações, ajudando a limitar as baixas.

Passado esse momento, o mercado deverá se voltar aos seus fundamentos de um novo início de temporada nos Estados Unidos, embora, ainda siga pressionado e trabalhando, segundo explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, no intervalo de US$ 9,30 a US$ 9,70 por bushel.

“Agora, o fator fundamental que o mercado tem que acompanhar ainda é o clima. Aqui na América do Sul ainda, com a colheita acontecendo na Argentina, e nos Estados Unidos, que será o principal fator para os preços nos próximos 3 a 4 meses”, diz.

E para os preços da soja, o ideal é que se plante o milho no tempo certo, dentro da janela ideal, para que não haja ainda mais área para a oleaginosa do que vem sendo estimado, explica o consultor.

Assim, com tantos fatores a serem observados, os fundos investidores se preparam para acompanhar as cenas dos próximos capítulos e então voltar a se posicionar, segundo explica a analista de mercado Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora.

“Será um olho na atualização dos mapas climáticos dos EUA, outro na demanda da China – já que o USDA não revisou sua projeção de exportação do país, e isso pode gerar dúvidas sobre uma possível troca de origem dos EUA para a América do Sul – e outro ainda no avanço da safra da América do Sul”, diz.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços terminaram a terça-feira com estabilidade em quase todas as praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Algumas exceções, porém, puderam ser registradas, como Ponta Grossa/PR, onde o valor da saca subiu 1,61% para R$ 63,00 ou Jataí/Go, onde caiu 0,48% para R$ 51,75.

O dólar subiu frente ao real nesta tera e deu algum fôlego às cotações, principalmente nos portos brasileiros. Em Paranaguá, R$ 64,50 no disponível com alta de de 0,78% e R$ 66 no futuro, subindo 1,54%. Já em Rio Grande, alta de 0,31% para R$ 65 no disponível, enquanto a referência junho perdeu 2,24% para R$ 65,50.

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