O dia foi cheio de novas informações para o mercado internacional da soja, porém, os preços fecharam a sessão desta quarta-feira com apenas ligeiras baixas na Bolsa de Chicago. O vencimento julho/17, que é o mais negociado neste momento, fechou em US$ 9,70 por bushel e o setembro, com US$ 9,68.
Segundo explicam analistas internacionais, o corte nos estoques finais norte-americanos da safra velha para 11,84 milhões de toneladas ficaram bem próximos das expectativas do mercado e, portanto, insuficiente para motivar um avanço dos preços. Além disso, a revisão das exportações dos EUA para 55,79 milhões de toneladas também parece não ter agradado o mercado, uma vez que segue bem abaixo do total já comprometido pelo país, de mais de 56,6 milhões de toneladas.
Em paralelo, os traders acompanharam ainda as estimativas da safra nova que indicam um aumento expressivo da área, porém, com uma produtividade mais baixa do que a da temporada anterior, a colheita também deverá ser cerca de 1,21% menor, com algo próximo de 115,8 milhões de toneladas.
“Os números do relatório de oferta e demanda de maio, divulgado pelo USDA no início da tarde, não trouxe maiores novidades, mesmo diante de tantas expectativas. Investidores que haviam se posicionado com compras nas sessões anteriores acabaram vendendo posições”, explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
E com esses novos números, as atenções do mercado internacional estão ainda mais sobre o clima no Meio-Oeste americano, e as condições nesta semana não têm contribuído muito para os trabalhos de campo, ainda em função do excesso de chuvas.
“Mais atraso no plantio pode ser observado nesta semana com novas chuvas se movendo das Planícies Centrais para a Costa Leste, com a possibilidade de tempestadades e cheias repentinas em toda sua rota. Já nas previsões dos próximos 6 a 10 dias, o tempo deverá estar um pouco mais seco”, explica o analista internacional, Bob Burgdorfer, do portal Farm Futures.
Além disso, o executivo orienta ainda que se mantenha a atenção sobre os números de vendas para exportação. “As vendas desta quinta-feira (11) têm expectativas de serem maiores do que os da semana anterior tanto da safra velha, quanto da nova”, diz Burgdorfer.
Preços no Brasil
No Brasil, a quarta-feira não foi de uma direção comum para os preços da soja, com a pressão vinda ainda do dólar, que também recuou nesta quarta. A moeda americana fechou o dia com 0,57% de baixa e valendo R$ 3,1668.
Assim, boa parte das principais praças de comercialização viram os preços cederem até 1,67%, como as de Mato Grosso, com as referências oscilando ainda entre R$ 54 e R$ 59 por saca. Nos portos, as cotações também cederam de forma expressiva e, mais uma vez, perderam os R$ 71 por saca.
No terminal de Rio Grande, R$ 70 no disponível, com queda de 0,28% e em Paranaguá, R$ 69 e baixa de 1,43%. Já na referência junho, o terminal paranaense foi a R$ 70, recuando 1,41%, enquanto começa a aparecer a referência de R$ 72,50 no porto gaúcho para a nova safra, referência junho de 2018.