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Soja tem semana de baixas intensas no Brasil, mas dólar ainda dá suporte a bons patamares

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Com baixas que acumularam mais de 3% na semana entre os preços da soja na Bolsa de Chicago, as cotações também recuaram de forma generalizada no mercado interno brasileiro, segundo mostra um levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.

As perdas entre as principais praças de comercialização do país variaram entre 0,58% – em Ponta Grossa/PR, para R$ 85,00 por saca, e chegaram a 6,49% em Brasília, onde o último preço foi de R$ 72,00.

Nos portos, as baixas também foram bastante intensas. No terminal de Paranaguá, a soja disponível fechou a semana com R$ 84,50 por saca, perdendo 2,30%. Já em Rio Grande, as baixas foram de 2,76% no disponível e de 2,86% na referência maio, com as últimas referências em, respectivamente, R$ 84,50 e R$ 85 por saca.

Apesar das baixas, os preços de soja no mercado brasileiro ainda sustentam patamares que trazem importantes e interessantes margens de renda para os produtores brasileiros, segundo sinalizam analistas e consultores de mercado.

Os negócios, porém, se mostram um pouco mais lentos neste momento, uma vez que grandes volumes já foram negociados no Brasil há algumas semanas, quando os indicativos nos portos eram ainda melhores e chegaram a se aproximar dos R$ 90 em seus melhores momentos.

Dessa forma, como explicou o consultor Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, mesmo com essa acomodação, as margens de renda do produtor estão bem melhores do que as observadas no final do ano passado.

Segundo Cogo, a margem bruta de lucro da soja, no Sul e Sudeste do Brasil, passou de 15% para 40% Cerrado, e de 40% para 55% no Sul e Sudeste nos últimos seis meses. O avanço é resultado da combinação dos bons momentos que foram observados em Chicago, antes da baixa mais intensa desta semana, do dólar frente ao real, principalmente, e dos prêmios no Brasil.

A moeda americana, somente nesta sexta-feira (11), subiu 1,53% para fechar o dia com R$ 3,6008 e renovou seu mais alto nível desde dezembro de 2016. No acumulado de três semanas, a alta da divisa é de 5,54%. A cena política do Brasil está em pauta, especialmente com a espera pelos efetivos candidatos à presidência da República.

“Os mercados esperam por um candidato/chapa com viés reformista despontando nas pesquisas, o que não aconteceu até o momento”, escreveu a Advanced Corretora em relatório.

Bolsa de Chicago

Os principais contratos de soja fecharam o pregão desta sexta-feira com baixas de quase 20 pontos entre os principais vencimentos, com o julho/18 encerrando a semana com US$ 10,03 por bushel. No acumulado dos últimos sete dias, as perdas superaram os 3%.

O principal fator de pressão durante toda a semana, segundo explicaram analistas e consultores, foi a preocupação em torno da demanda da China pela soja dos Estados Unidos.

“Apesar de uma nova rodada de negociações entre Donald Trump e Xi Jinping para acontecer em Washington D.C. na próxima semana, a especulação não espera que qualquer acordo definitivo seja traçado, uma vez que o encontro em Beijing 7 dias atrás não foi muito promissor. No cenário mais otimista para tais reuniões será postergada a implementação de US$ 50bi em tarifas sobre a China que foram propostas pelos EUA para efetivação até o fim de maio”, informa o reporte da AgResource Mercosul.

Diante dessas incertezas, os fundos investidores buscaram reduzir sua exposição às commodities, em especial a soja, buscando refúgio em outros ativos mais seguros neste momento. Além disso, o clima favorável para a nova safra americana também motivou esse movimento.

“Fundos de investimento liquidam fortemente suas posições compradas na soja, uma vez que o cenário climático para o plantio e germinação no Cinturão Agrícola americano se mostra altamente favorável. O conjunto de fundamentos agora pressiona as cotações. As exportações norte-americanas de soja seguem lentas com o baixo interesse chinês. Na última semana, apenas 354 mil tons do grão foram vendidos em contratos”, completa a AgResource.

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