O mercado internacional da soja trabalhou em alta durante todo o pregão desta terça-feira (8) na Bolsa de Chicago, porém, amenizou seus ganhos no final dos trabalhos. As posições mais negociadas terminaram o dia com pequenas altas de pouco mais de 3 pontos e o novembro/17 valendo US$ 9,73 por bushel.
Ao mesmo tempo, no Brasil, o dólar também registrou um leve ganho – 0,15% – nesta terça e encerrou o dia com R$ 3,13. “O mercado está mais otimista, mas a pergunta que se faz é se a reforma da Previdência conseguirá ser votada com o capital político atual do presidente (Michel) Temer”, afirmou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech à agência de notícias Reuters.
Essa combinação, mais uma vez, deu espaço para certa recuperação dos preços da soja no mercado brasileiro neste início de semana e o avanço das cotações foi bastante expressivo nesta terça. No interior do país, as altas chegaram a passar dos 3% em algumas praças de comercialização, como foi o caso de Rondonópolis/MT, onde o preço foi a R$ 60,50 por saca, com ganho de 3,42%, ou Alto Garças, com um avanço de 3,08% para R$ 60,30 por saca.
Nos portos, porém, os preços seguem mantendo sua estabilidade. No porto de Paranaguá, R$ 71,50 no disponível e R$ 71,00 para a safra nova. Como explica o analista de mercado Marlos Correa, da Insoy Commodities, os produtores brasileiros seguem ainda afastados de negócios muito intensos também à espera de uma melhor definição do mercado internacional, já que a nova safra americana está em sua fase de conclusão e agosto é o mês mais determinante para a cultura no país.
“A comercialização para dentro da porteira exige definir o seu preço alvo. E as médias que os produtores estão colocando estão difíceis de serem alcançadas por conta dessa volatilidade do mercado internacional”, diz Correa.
Bolsa de Chicago
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe, no fim da tarde desta segunda (7), uma nova alta no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país – de 59% para 60% -, porém, o impacto sobre as cotações foi bastante limitado. O número, afinal, ficou dentro do esperado, como já havia alertado o analista de mercado Marcos Araújo, da Lansing Trade.
Além disso, os traders ainda vêm alguns pontos do Corn Belt com preocupação neste mês de agosto, como as Dakotas, parte de Illinois, de Iowa e do Nebraska, principalmente nesta semana, quando os mapas mostram acumulados de chuvas mais limitados para esses locais. “A condição da safra não é tão ruim, mas está mais fraca do que o normal”, diz Tobin Gorey, do Commonwealth Bank da Australia.
Assim, paralelamente, segue a preparação do mercado para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta quinta-feira, 10 de agosto, com expectativas elevadas, especialmente, para os dados referentes à nova safra americana, de produção e produtividade. O mercado aposta em números menores se comparados ao reporte de julho, porém, reconhece o conservadorismo que o USDA carrega.
No caso do milho, as perdas estimadas pelas consultorias já chegam a 10 milhões de toneladas depois de um mês de julho complicado para a cultura. Sobre a soja, embora agosto seja o período crucial para a cultura, há perspectivas de perdas que vão de 1 a 3 milhões de toneladas.
Ainda sobre a oleaginosa no pregão desta terça, traders se apegam também a dados importantes das importações chinesas em julho, as quais foram recordes no mês ao alcançarem 10,08 milhões de toneladas.