O pregão desta terça-feira foi de ligeira alta aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa finalizaram o dia com valorizações de pouco mais de 1 ponto. O novembro/17 encerrou a sessão a US$ 9,37 por buhel, enquanto o janeiro/18 era cotado a US$ 9,45 por bushel.
De acordo com informações reportadas pela Granoeste Corretora de Cereais, o mercado buscou uma correção técnica depois das perdas registradas recentemente. “E com o mercado sobrevendido, os participantes buscaram ajustar suas carteiras”, reportou a corretora.
Contudo, o foco dos investidores permanece na perspectiva de clima mais favorável nos Estados Unidos e no desenvolvimento da safra americana. Após um verão que trouxe calor intenso e pouca precipitação para algumas partes do Meio-Oeste, o clima tem se mostrado mais favorável ao longo do mês de agosto.
Durante o mês, grande parte do Meio-Oeste tem registrado temperaturas mais baixas do que o normal e houve uma inversão das chuvas nas últimas semanas. “As áreas mais secas no oeste do Meio-Oeste, no leste de Dakota do Sul e no leste de Nebraska, ficaram um pouco mais úmidas nas últimas 2 a 3 semanas”, disse Dan Hicks, meteorologista do Freese-Notis Weather ao Agriculture.com.
Em contrapartida, algumas áreas a leste do rio Mississippi, que ficaram mais úmidas em junho e julho, registraram chuvas menores durante esse período. O especialista ainda completa que “estamos vendo uma mudança das chuvas de verão mais pesadas para o oeste e menos para o leste”.
Os últimos mapas do NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país – indicam chuvas abaixo da média em algumas localidades do cinturão de produção do país nos próximos 8 a 14 dias. Já as temperaturas deverão ficar abaixo da normalidade, conforme indicado no mapa abaixo.
Diante desse cenário, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) elevou em 1%, para 60%, o índice de lavouras em boas ou excelentes condições no país. 97% das lavouras estão em fase de floração e 87% no estágio de formação de vagens.
Além disso, ao longo dessa semana, o foco dos investidores será nos primeiros relatos trazidos pelo Farm Journal Midwest Crop Tour, renomado tour que acontece anualmente no Meio-Oeste dos EUA. Tanto em Ohio, quanto em Dakota do Sul, a contagem de vagens da soja está abaixo da média dos últimos três anos.
Em Indiana e na parcial de Nebraska, indicam contagem de vagens menor do que o registrado nos últimos três anos. Para essa temporada, a projeção oficial é de uma safra de 119,23 milhões de toneladas e produtividade média de 56,02 sacas por hectare.
Mercado brasileiro
A terça-feira foi de estabilidade aos preços da soja praticados nos portos brasileiros, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Brasília, a saca subiu 5,17%, com a saca da oleaginosa a R$ 61. Na região de Pato Branco (PR), o ganho ficou em 0,86%, com a saca a R$ 58,40. Na localidade de Panambi (RS), a alta foi de 0,92%, com a saca a R$ 59,04.
Aos poucos os produtores, especialmente do Centro-Oeste, têm negociado parte da soja, com o objetivo de liberar espaço nos armazéns para a cultura do milho, segundo informações do Cepea.
Enquanto isso, o dólar subiu 0,40% nesta terça-feira e fechou o dia a R$ 3,1810 na venda. Segundo dados da Reuters, um movimento defensivo registrado no final do dia depois da comissão mista não votar a medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) no Congresso Nacional. “Sinal de que o governo do presidente Michel Temer poderia estar com capital político enfraquecido”, reforçou a Reuters.