Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago dão continuidade ao movimento de alta iniciado ontem, com o mercado reagindo ao último reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde desta segunda-feira (16).
O boletim trouxe uma baixa no índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 71% para 69% na semana e o número ficou ligeiramente mais baixo do que as expectativas, segundo explicaram analistas e consultores internacionais. Embora a diferença seja ainda tímida, foi suficiente para dar algum fôlego a um mercado já muito sobrevendido.
“De tão vendido, principalmente no último mês, qualquer novidade ou ‘desculpa’ para um novo rally dos preços é bem-vinda. No entanto, como há meses vem acontecendo, os traders não desviam suas atenções das manchetes que se desenvolvem ao redor das conversas entre China e Estados Unidos no meio dessa guerra comercial”, diz o boletim diário da Allendale, Inc.
Dessa forma, os contratos mais negociados, por volta de 7h35 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 5 pontos, com o agosto/18 valendo US$ 8,35 e o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,62 por bushel.
“O mercado já precifica bem a retórica comercial entre Estados Unidos e China. O interesse especulativo neste direcionador momentâneo de preços tem perdido o peso de composição de tendência. Os operadores da soja aguardam que a imposição tarifária chinesa de 25% sobre o grão importado dos Estados Unidos deverá ser um componente deste mercado por um prazo estendido”, explica a AgResource Mercosul (ARC).
Do mesmo modo, porém, a consultoria afirma ainda que qualquer nova tentativa de renegociação entre Donald Trump e Xi Jinping poderia disparar um novo movimento de alta reverso às baixas acumulada nos últimos meses. Os fundos, afinal, seguem muito presentes do lado da venda, não só na soja em grão, mas também no óleo.