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Soja sobe e toca patamar mais alto em uma semana com foco no rendimento nos EUA

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O primeiro pregão de novembro foi positivo aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após iniciarem o dia próximas da estabilidade, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e encerraram a sessão com valorizações entre 6,25 e 7,25 pontos. O março/18 recuperou o patamar de US$ 10 por bushel e finalizou a quarta-feira a US$ 10,01 por bushel. Já o maio/18 era cotado a US$ 10,10 por bushel.

De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações da oleaginosa subiram e atingiram os melhores níveis em uma semana, impulsionadas pelas preocupações com os rendimentos das lavouras nos EUA. Com 83% da área já colhida no país, a perspectiva dos participantes do mercado é que haja uma queda na produtividade na área que ainda será colhida.

“Os rendimentos não estão tão altos quanto os estimados pelo governo”, disse Mark Gold, sócio-gerente da Top Third Ag Marketing em entrevista à Reuters. Em seu último boletim de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetou a produtividade das plantações americanas em 56,12 sacas por hectare. As informações serão atualizadas na próxima quinta-feira (9).

Além disso, o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, reforça que o mercado buscou uma recuperação técnica depois das perdas recentes. “Esse cenário associado a outras informações traz uma tendência de alta no curto prazo”, completa o analista.

Paralelamente, a evolução do plantio no Brasil permanece no radar dos participantes do mercado. E, apesar do retorno das chuvas, os trabalhos nos campos continuam atrasados no país. Em Mato Grosso, maior estado produtor do grão no país, a semeadura está completa em 44,06% da área prevista nesta temporada.

O Oeste do estado lidera os trabalhos nos campos, com 79% da área já plantada com a soja, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período de 2016, os produtores mato-grossenses já haviam semeado 67,73% da área com a oleaginosa.

Enquanto isso, no Paraná, o plantio da soja está próximo de 73%, o equivalente a 4 milhões de hectares, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural). “No mesmo período do ano anterior haviam sido cultivados cerca de 72% da área estimada, ou o equivalente a 3,8 milhões de hectares. Apesar do avanço, o andamento poderia ter sido ainda maior, se não houvesse ocorrido um volume considerável de chuvas nos últimos dias”, informou o departamento em nota.

Porém, no estado de Goiás, a semeadura da soja não ultrapassa 10%, segundo levantamento da Aprosoja/GO. O percentual está bem abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 25%, quando as chuvas chegaram mais cedo e foram mais regulares.

Demanda

Em contrapartida, a demanda pelo grão norte-americano continua sólida e dá sustentação aos preços em Chicago. “A demanda chinesa persiste nos EUA e permanece dando suporte ao mercado. As compras do país em setembro ficaram acima do registrado no mesmo período de 2016 e na temporada pode superar 100 milhões de toneladas”, ressalta Mariano.

Mercado brasileiro

As cotações da soja praticadas no mercado doméstico registraram ligeiras valorizações nesta quarta-feira. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Primavera do Leste (MT), o preço subiu 3,77% e a saca fechou o dia a R$ 63,30. Em Itiquira (MT), o ganho ficou em 2,25%, com a saca a R$ 63,50.

Em Castro (PR), a alta foi de 0,70%, com a saca a R$ 71,50, já em Não-me-toque (RS), o preço subiu 0,82% e a saca fechou a quarta-feira a R$ 61,50. No Oeste da Bahia, a valorização foi de 2,60%, com a saca a R$ 62,25. No Porto de Rio Grande, o preço futuro subiu 0,26%, com a saca a R$ 76,20 e o disponível fechou o dia a R$ 73,30 e alta de 0,41%.

É consenso entre os especialistas que o comportamento do dólar pode gerar oportunidades de negócios aos produtores brasileiros. A projeção é que até o momento pouco mais de 20% da safra 2017/18 tenha sido negociada antecipadamente no país. Ainda nesta quarta-feira, a moeda norte-americana caiu 0,27% e fechou o dia a R$ 3,2640 na venda.

A cena política no Brasil e a expectativa do anúncio do novo chair do Federal Reserve, banco central americano, bem como o futuro da política monetária nos Estados Unidos, continuam no radar dos participantes do mercado, conforme informações da Reuters.

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