Nesta segunda-feira, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão em campo positivo. As cotações da oleaginosa terminaram o dia com ganhos de 3,50 a 4,50 pontos entre os principais contratos. O vencimento julho/17, na máxima do dia foi a US$ 9,61, para fechar com US$ 9,57. Já o novembro/17, referência para a nova safra americana, ficou em US$ 9,57, depois de encostar nos US$ 9,59.
As altas mais cedo, afinal, se mostraram mais fortes, beirando os 10 pontos, porém, aos poucos o mercado foi devolvendo parte delas para fechar mais próximo da estabilidade. Durante toda a sessão, no entanto, a oleaginosa trabalhou do lado positivo da tabela.
Segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, o avanço das cotações se deu com o mercado mais atento aos fundamentos locais, especificamente as condições de clima no Meio-Oeste americano. Novas chuvas são esperadas para esta próxima semana e ainda preocupam os produtores. Já há plantada, porém, 53% da soja americana, segundo os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgados no final da tarde desta segunda.
Ainda nesta segunda-feira, a alta do petróleo de quase 1% registrada nas bolsas de Nova York e Londres também contribuíram para um avanço das cotações. “O petróleo influencia as commodities agrícolas pois óleo de soja e milho são insumos para produção de biocombustíveis. Se o preço do petróleo sobe, sobe também o diesel e a gasolina, dando competitividade para os biocombustíveis”, explica o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group Genebra, na Suíça.
Ademais, a influência da relação dólar x real parece ter um peso menor sobre as cotações da soja em Chicago neste momento. O intervalo de R$ 3,20 a R$ 3,30 já estaria precificado, como explica Brandalizze e, somente níveis acima disso seriam suficientes para modificar os patamares de preços em Chicago. O clima no Corn Belt parece, portanto, ter recuperado seu protagonismo.
No Brasil
No Brasil, porém, o recente nível em que trabalha a moeda americana favorece a formação dos preços no interior e nos portos. Nesta segunda, o dólar subiu 0,59% para fechar com R$ 3,2763, e segue refletindo a confusa e incerta política interna.
“O cenário doméstico é de completa incerteza… A volatilidade nos mercados locais deve continuar”, resumiu a Advanced Corretora em relatório, segundo informa a agência de notícias Reuters.
No porto de Rio Grande, a soja disponível fechou com R$ 71 e alta de 1,43%, enquanto a referência para a safra nova foi a R$ 74,80, subindo 1,08%. Em Paranaguá, porém, os preços mantiveram seus indicativos em R$ 72 em ambos os casos.
Apesar desses avanços, as referências não se distanciaram muito das observadas no final da última semana – quando boas vendas foram efetivas, de volumes de até 2 milhões de toneladas, segundo o consultor – e, nesse momento, o produtor brasileiro já tem um novo alvo de preços. Para o consultor da Brandalizze, as cotações nos portos precisariam alcançar entre R$ 73 e R$ 75 para estimular mais e novos negócios.