O mercado brasileiro da soja, nesta segunda-feira, registrou mais um dia de altas. Apesar de um pouco mais pontuais, os ganhos seguem bastante expressivos e variaram, no interior do país, entre 0,74% e até 3,17%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde o último preço ficou em R$ 65 por saca.
Na região sul, as principais referências seguem operando na casa dos R$ 70, enquanto em locais de Mato Grosso como Alto Garças e Itiquira as cotações já se aproximam disso e marcam entre R$ 68 e R$ 68,50 por saca.
Nos portos, os preços também subiram neste início de semana e o destaque ficou por conta de Paranguá, onde os indicativos em R$ 80,50 tanto para a soja disponível, quanto para a referência abril/18. O avanço foi de 0,63%. Já em Rio Grande, altas de 0,50% e 0,88% para R$ 79,80 e R$ 80,50, respectivamente.
Nesta segunda-feira, o dólar fechou com leve baixa frente ao real e terminou o dia com R$ 3,2481 na venda, recuando 0,08%. O movimento acaba por limitar ganhos ainda mais expressivos entre os preços no mercado interno, porém, a continuidade do rally dos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago e mais uma boa alta dos prêmios observados neste início da semana acabam por compensar a questão cambial.
“O ambiente no exterior registrou alguma melhora; e o petróleo, dentre as commodities, é um dos destaques positivos”, comentou a corretora Guide em comentário reportado pela agência de notícias Reuters.
Na CBOT, os contratos mais negociados fecharam o pregão subindo entre 6 e 6,50 pontos, levando o maio/18 a US$ 10,77 por bushel. Em Paranaguá, as altas entre os prêmios ficaram entre 10,77% e 19,05% nesta segunda, com as principais oscilando entre 72 e 78 cents sobre os valores praticados em Chicago.
Ainda assim, os negócios praticados no Brasil não têm apresentado um ritmo na mesma intensidade. “Os compradores atuam fortes, mas há poucos vendedores vindo a campo no Brasil, onde esperam por novas altas e, assim, os indicativos que estavam nos R$ 81 nos portos”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. “Os produtores estão mais interessados em colher do que em negociar”, completa.
Bolsa de Chicago
As novas altas registradas na Bolsa de Chicago vieram, como explicam analistas e consultores, diante das notícias que seguem mostrando a continuidade das adversidades climáticas na Argentina.
“Os comentários do clima da Argentina mostravam que as chuvas que deveriam cair em regiões secas neste começo de semana e não vieram, assim trazendo apelo positivo para Chicago. As previsões de novas chuvas agora estão voltadas para o final da semana, ou seja, vêm mais alguns dias quentes e secos sobre as lavouras e perdas crescentes na safra, onde já comentavam em colheita de 45 milhões de toneladas e até menos, o que significa apoio para manter os indicativos firmes”, diz Brandalizze.
Suporte também nas informações da demanda. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de embarque de grãos com números acima das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 1º de março, os EUA embarcaram 990,113 mil toneladas de soja, enquanto os traders esperavam algo entre 600 mil e 980 mil toneladas. O volume é maior do que o registrado na semana anterior. No acumulado do ano comercial, os embarques da oleaginosa já chegam a 38.770,417 milhões de toneladas, contra mais de 44,3 milhões do ano passado, nesse mesmo período.