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Soja: preços sobem mais de 1% nos portos do Brasil

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A sessão desta sexta-feira foi bastante positiva para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago e os preços terminaram o dia com altas de mais de 13 pontos entre os principais vencimentos. O bom avanço deste pregão permitiu que os dois contratos mais negociados – novembro/17 e maio/18 – terminassem a semana com ganhos de mais de 1%.

O primeiro, que é a principal referência para a safra dos Estados Unidos, fechou cotado a US$ 9,84 por bushel, acumulado uma alta de 1,65%, enquanto o maio/18, indicativo mais forte para a temporada do Brasil, terminou valendo US$ 10,11 por bushel, subindo 1,40%.

Os negócios dos últimos dias, como explica o analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource, foram marcados por fatores fundamentais, mas também técnicos e grafistas. Quando o novembro/17 rompeu o patamar dos US$ 9,80 por bushel, o movimento deu aos especuladores motivo para apostar em uma alta mais acentuada das cotações, como de fato aconteceu.

“O especulador vê isso como um impulso aos preços quando não há muitos fatores fundamentais de forte peso influenciando os preços em Chicago”, diz Pereira.

No entanto, os fundamentos – especialmente os de demanda neste momento – exerceram uma influência positiva bastante clara sobre a commodity nesta semana. Quase todos os dias o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe novos anúncios de venda da oleaginosa para a China e demais compradores, além de números fortes tanto dos embarques, quanto das vendas semanais para exportação dos EUA, as quais passaram de 2 milhões de toneladas.

“Há um mercado de proteínas animais muito forte na Ásia, principalmente na China, o que tem acrescentado muita compra física de farelo de soja. E a indústria esmagadora chinesa tem precisado cada vez mais de soja disponível no país”, explica o analista.

E essa demanda tem dado espaço não só para bons embarques norte-americanos, como brasileiros também. A campanha de vendas externas do Brasil é recorde, com boa parte sendo destinada à nação asiática e o resultado do país, ainda de acordo com o analista da AgResource, pode superar as estimativas oficiais.

“Os preços da soja do Brasil estão sim atrativos para o importador, porém, não há oferta para venda além de outubro”, diz. A reticência do sojicultor brasileiro em realizar novas vendas frente aos atuais patamares de preços, tanto no interior, quanto nos portos nacionais.

Nesta última semana, as referências conseguiram acumular algumas altas, no entanto, o dólar permanece como um fator limitante para a formação dos preços no Brasil. Os ganhos entre produto disponível e safra nova ficaram entre 0,69% e 1,38% nos portos.

Em Paranaguá, a soja permaneceu em R$ 71,50 e em Rio Grande subiu 0,99% para R$ 71,70. Para a oleaginosa da temporada 2017/18, alta de 0,69% no terminal paranaense para R$ 72,50 e de 1,385 para R$ 73,70 no gaúcho.

Na contramão dos ganhos em Chicago, porém, o dólar cedeu, nesta sexta, 0,53% para fechar com R$ 3,1276. Na semana, porém, a moeda americana conseguiu garantir um ganho de 0,41%.

“Mais uma vez, os investidores seguem com sangue frio no que tange o tema, dado que já foram diversos os episódios de cautela sem consequências efetivas”, afirmou a corretora H.Commcor sobre o assunto em entrevista à agência de notícias Reuters.

A colheita nos Estados Unidos deve se iniciar nas próximas semanas no cinturão agrícola. Algumas áreas que já estão sendo colhidas mostram bastante variabilidade nos números que estão sendo obtidos. Pereira relata, porém, que nenhum produtor informou, até este momento, ter colhido quantidades superiores às de 2016 até o momento.

Na outra ponta, atenções ao tempo seco no Brasil para o início do plantio e as previsões indicando regularização das precipitações a partir de outubro somente. Em outubro, o padrão climático deve entrar em normalidade, embora o Centro-Oeste ainda deva observar chuvas mais baixas. Mesmo assim, o analista não vê nenhuma ameaça generalizada para esse começo de plantio.

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