A combinação de bons patamares dos preços da soja na Bolsa de Chicago, do dólar e dos prêmios pagos nos portos do Brasil seguem dando suporte à formação das cotações no Brasil. Apesar de alguma correção nos números desta quarta-feira, a soja chegou a bater, nos melhores momentos do dia, aos R$ 90 por saca no terminal de São Francisco, em Santa Catarina e nos R$ 88 em Paranaguá, no Paraná, e Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
No fechamento do dia, porém, a soja disponível terminou com R$ 86 por saca no terminal paranense e R$ 85,50 no gaúcho. O leve recuo dos futuros da soja na bolsa norte-americana e também a leve queda do dólar frente ao real tiraram parte da força dos preços.
No interior, as referências também cederam levemente em alguns pontos do Brasil. As baixas chegaram a marcar os 2% em algumas das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, como Rondonópolis, em Mato Grosso. Lá, a cotação terminou o dia ainda nos R$ 75,00, apesar do recuo. Em contrapartida, em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, a saa de soja registrou uma alta de 5,88% para chegar aos R$ 72,00 nesta quarta-feira.
Na Bolsa de Chicago, o mercado realizou lucros e fechou o dia com tímidas baixas neste pregão. Entre os principais vencimentos, os futuros cederam entre 1,50 e 2,25 pontos, com o maio/18 terminando com US$ 10,47 por bushel. “Tivemos uma valorização de 3,4%, em média, nas cotações nas últimas quatro sessões, então é normal que os investidores busquem realizar lucros”, diz o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.
Ainda segundo Cogo, o mercado internacional deverá manter sua volatilidade diante de notícias positivas e negativas que pesam sobre o andamento dos negócios nesse momento, tal qual a disputa comercial entre China e Estados Unidos e uma menor oferta que vem da América do Sul nesta temporada.
Além disso, a commodity encontrou suporte também em uma redução dos estoques finais norte-americanos de soja, bem como os globais pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), dá espaço para esse avanço das cotações, tal qual um corte de 7 milhões de toneladas na produção da Argentina e de 6 milhões na safra mundial.
Assim, como explicam os especialistas, diante destes números menores e de uma demanda que segue crescendo, as preocupações com a nova safra norte-americana, portanto, são maiores e já estimulam mais especulações entre os traders da CBOT.
Novas vendas foram anunciadas pelo USDA nesta quarta-feira – sendo uma delas para a Argentina, mais uma vez, reforçando a ideia da do aquecimento da demanda neste momento. No total, foram 261,518 mil toneladas.