A sessão desta quarta-feira foi de estabilidade para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. O mercado futuro norte-americano trabalhou durante todo o dia com oscilações bastante limitadas diante, principalmente, da falta de novidades entre seus fundamentos.
Nas posições mais negociadas, as variações, apesar de positivas, não chegaram a 1 ponto e os ganhos ficaram entre 0,50 e 0,75 ponto. Com isso,o maio/18 recuperou os US$ 9,80 por bushel, enquanto o março/18 – que é o contrato mais negociado agora – fechou com US$ 9,68.
Na contramão de Chicago, o dólar voltou a cair nesta quarta. A moeda americana acompanhou o movimento do mercado internacional e voltou aos R$ 3,21, com uma baixa de 0,37%.
“Temos visto ingresso de recursos neste começo de ano e, contra fluxo, não há argumento”, disse um profissional da mesa de câmbio de uma corretora à agência de notícias Reuters para justificar a mudança de rota da moeda no começo de tarde.
Dessa forma, a reação dos preços da soja no mercado brasileiro também não caminhou na mesma direção entre os portos e as praças de comercialização do interior. O Rio Grande do Sul segue registrando algumas altas, as quais passaram de 1% nesta quarta em Não-Me-Toque e Panambi, enquanto os indicativos voltaram a recuar no Paraná e em partes de Mato Grosso.
Já no terminal de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 72 por saca, estável, enquanto em Rio Grande foi observada uma alta de 0,28% para R$ 71,50, por saca. Para a safra nova, R$ 71,50 e R$ 73, respectivamente.
O mercado nacional tem visto alguns negócios fluindo nesta semana, com os produtores aproveitando a manutenção das cotações antes de uma entrada mais forte da colheita, quando pode haver uma pressão mais severa sobre as referências, deixando-as ainda mais distantes da intenção de venda dos produtores brasileiros.
Bolsa de Chicago
O clima na América do Sul, entre os fundamentos, ainda parece ser o principal fator acompanhado pelo mercado. No entanto, com informações divergentes sobre o cenário e o potencial da nova safra, falta direção aos traders.
Enquanto bolsas locais já reduzem suas projeções para a colheita da Argentina, um adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em Buenos Aires soltou um reporte dizendo “ser ainda muito cedo para estimar uma produção menor no país”.
“A especulação continua na procura de um catalisador fundamental de suporte aos preços em meio aos fundos de investimento ainda em níveis líquidos de posicionamento recorde no lado da venda”, diz o boletim diário da AgResource Mercosul.
Ainda segundo Knorr, além das manchetes do tempo seco na Argentina, circulam as informações de que a região Centro-Oeste do Brasil poderiam registrar um tempo mais seco do que o normal no período dos próximos 10 dias, o que poderia trazer algum prejuízos para as lavouras.
De acordo com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), volta a chover de forma mais intensa a partir de 23 de janeiro em Mato Grosso, Goiás e boa parte da região do Matopiba.
No Rio Grande do Sul, principalmente na parte norte do estado, as chuvas começam a aparecer no radar, porém, ainda serão limitadas. No Paraná, as chuvas ainda são pesadas, assim como em Santa Catarina, também de acordo com informações do Inmet.