No início da tarde desta quinta-feira, os futuros da soja continuavam a trabalhar em campo negativo na Bolsa de Chicago, e por volta de 12h15 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 3,50 e 4 pontos, com o maio/18 valendo US$ 9,90 por bushel.
Ao lado das perdas na CBOT, o dólar também recuava frente ao real nesta quinta, mas a moeda americana ainda trabalhava com R$ 3,185. A baixa era de 0,25%. “O mercado está acomodado, de olho no noticiário”, explicou o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado á agência de notícias Reuters.
Dessa forma, as referências nos portos do Brasil também perdiam parte da força. No terminal de Paranaguá, segundo informações apuradas pela Granoeste Corretora de Cereais, os indicativos oscilavam entre R$ 70,00 e R$ 71,00 por saca, perdendo cerca de R$ 0,50 em relação ao observado nos últimos dias.
Bolsa de Chicago
Segundo explicam analistas internacionais, segue a pressão da colheita nos Estados Unidos – que avança bem em um cenário favorável de clima e trazendo bons números de produtividade nas principais áreas produtoras.
Ao lado dessa fator, a recente alta do dólar também pressiona as cotações não só em Chicago, mas nas bolsas americanas e entre as commodities agrícolas de uma forma geral. Desde o último dia 8 de agosto, o dollar index já subiu mais de 2% frente à uma cesta de principais moedas internacionais.
Da mesma forma, cresce o espaço no radar dos traders as informações sobre o clima no Brasil, e a melhora no quadro climático também ajuda a manter alguma pressão sobre as cotações. “As previsões climáticas seguem mostrando chuvas que serão muito úteis nas regiões mais secas do Brasil nessa próxima semana”, disse Tobin Gorey, do Commonwealth Bank da Austrália.
Nem mesmo as boas e fortes vendas americanas foram suficientes para fazer o mercado mudar de lado. No boletim semanal de vendas para exportação, o USDA trouxe os números americanos bem acima das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 21 de setembro, os EUA venderam 2.982,7 milhões de toneladas de soja em grão, sendo o maior volume adquirido pela China. Os traders, porém, esperavam algo entre 1,5 milhão e 2,2 milhões de toneladas. Com esse total, o acumulado de vendas na temporada chega a 22.314,7, contra pouco mais de 26 milhões do mesmo período da temporada anterior. Para o ano comercial 2017/18, o USDA estima que as exportações americanas alcancem 61,24 milhões de toneladas.
Na sequência, atenção também aos estoques trimestrais em 1º de setembro que serão divulgados nesta sexta-feira, 29 de setembro pelo USDA.