A semana foi de movimentação limitada para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, dado o feriado do Dia de Ação de Graças que foi comemorado nos EUA nesta quinta-feira – quando as negociações foram interrompidas e trouxeram ainda uma pregão mais curtos nesta sexta-feira (24).
Ainda assim, no balanço semanal, as posições mais negocidas registraram um saldo positivo e subiram de 0,28% a 0,37%, levando o janeiro/18 a US$ 9,93 e o maio/18, referência para a safra brasileira, a terminar os negócios com US$ 10,14 por bushel.
Nas últimas semamanas, o foco do mercado internacional mudou, definitivamente, suas atenções para o clima na América do Sul e segue, portanto, esperando que problemas sejam efetivamente confirmados para começar a apresentar uma reação mais intensa. E nesta volta de feriado, para a Argentina – onde as condições são mais preocupantes neste momento – os mapas climáticos vieram melhores.
“Os mapas indicam melhores chances de chuvas para os próximos dias. Entretanto, para o dia de hoje as chuvas estão localizadas no norte de Santa Fé, leste e nordeste de Santiago del Estero e centro-oeste de Corrientes, mas o tempo seco deverá continuar na maior parte das áreas produtoras neste final de semana”, mostram informações apuradas pela Labhoro Corretora. Os volumes, porém, seguem abaixo do normal para esta época.
No Brasil, as condições são melhores e se mostram um pouco mais regulares. “O modelo americano adicionou chuvas para o Rio Grande do Sul, mas retirou para o noroeste da Bahia e para o Piauí. As chuvas serão quase que gerais e devem oscilar entre 45 e 150 mm acumulados, com os maiores índices localizados em áreas pontuais do Mato Grosso do Sul; Mato Grosso e todo o estado de Goiás’, diz ainda a Labhoro Corretora.
Números trazidos nesta sexta pela AgRural indicam a conclusão do plantio em 84% no Brasil, mostrando um avanço de 11% na semana, e o número supera o registrado no ano passado, que era de 83%. Goiás, por exemplo, já tem 85% da área semeada e Mato Grosso, 96%.
Vendas Semanais dos EUA
Ainda nesta sexta-feira, as cotações foram limitadas pelas vendas semanais norte-americanas abaixo do esperado. O volume foi de 869,1 mil toneladas, enquanto as expectativas variavam de 1 milhão a 1,4 milhão de toneladas, segundo os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Apesar dos números um pouco mais ‘fracos’ dos EUA, a demanda internacional segue muito forte.
O Brasil já embarcou cerca de 50 milhões de toneladas de soja para a China até outubro deste ano. A expectativa é de que os embarques continuem acontecendo, e em ritmo aquecido, já que a demanda da nação asiática não mostra sinais de desaquecimento. Os números são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
Estimativas ‘extra-oficiais’, como da estatal Cofco – uma das maiores compradoras de grãos do mundo – indicam as importações chinesas ultrapassando as 100 milhões de toneladas. O Ministério da Agricultura da China fala em 95,97 milhões de toneladas e o USDA (Departamento de Agricultura do EUA) em 97 milhões. De 2008 a 2016, a China aumentou suas importações de soja em 6,2 milhões de toneladas por ano.
Dólar e preços no Brasil
O dólar fechou com uma alta de 0,31% a sessão desta sexta-feira e valendo R$ 3,2325. Na semana, porém, a baixa acumulada é de 0,88%, segundo informações da Reuters, e esse foi, mais uma vez, um limitador na formação dos preços – e, portanto, dos negócios no Brasil.
“É natural um respiro depois de cinco quedas, mas não mudou a tendência. O dólar pode testar (o patamar de) 3,20 reais na próxima semana, já que cresceu a expectativa pela votação da Previdência neste ano”, disse o gerente de Tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini á agência de notícias.
Mesmo assim, a maior parte das praças de comercialização brasileiras e os portos do país fecharam a semana registrando uma variação positiva em seus indicativos. No interior, os ganhos ficaram entre 0,78% e 3,94%. Os preços têm variado entre R$ 57 e R$ 65,50 por saca.
Nos portos, a soja fechou com R$ 74 no disponível em Paranaguá e R$ 73,30 em Rio Grande. Para a safra nova, R$ 74 e R$ 76 por saca, respectivamente.