A semana foi positiva aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições da commodity subiram mais de 2%. Nesta sexta-feira (13), os vencimentos da oleaginosa apresentaram altas entre 6,75 e 8,25 pontos e consolidaram o segundo dia consecutivo de valorização.
As cotações foram impulsionadas pelas novas projeções trazidas no boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta quinta-feira. Os dados fizeram as cotações atingirem os melhores níveis dos últimos dois meses e retomarem o importante patamar de US$ 10,00 por bushel. O novembro/17 fechou a semana a US$ 10 por bushel e o janeiro/18 a US$ 10,10 por bushel.
Na contramão do esperado pelo mercado, o órgão reduziu as projeções para a produtividade e a safra norte-americana na temporada 2017/18. As apostas dos investidores estavam em 121,03 milhões de toneladas para a produção, porém, o departamento apontou um ligeiro recuo em relação ao mês anterior e projetou a safra em 120,58 milhões de toneladas.
Já o rendimento das lavouras ficou em 56,12 sacas por hectare, contra as 56,57 sacas por hectare reportadas em setembro. “Esse cenário gera uma discussão sobre novos cortes no relatório de novembro”, disse Richard Feltes no RJ O’Brien, ao Agrimoney.com. Para os estoques finais americanos foram projetados em 11,72 milhões de toneladas. Em setembro, o número ficou em 12,93 milhões de toneladas.
Além disso, o site internacional Agrimoney.com reforça que os números das vendas semanais divulgadas nesta sexta-feira também deram impulso aos preços. Na semana encerrada no dia 5 de outubro, as vendas de soja somaram 1.747,3 milhão de toneladas da safra 2017/18. O número ficou acima das apostas dos investidores, entre 900 mil a 1,2 milhão de toneladas.
Com o volume, o total vendido pelos EUA no acumulado da temporada chega a 25.078,1 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o volume era de 29.710,1 milhões de toneladas. “As vendas de exportação semanais adicionaram combustível aos preços. Os números superaram as estimativas”, disse Benson Quinn Commodities.
Além disso, os participantes do mercado ainda permanecem atentos ao clima no Brasil e o andamento do plantio da soja. Em algumas regiões do Centro-Oeste, as chuvas permanecem irregulares e a semeadura da safra 2017/18 está atrasada, como é o caso de Maracaju (MS). Segundo previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o bloqueio atmosférico será rompido e as chuvas devem retornar ao Brasil central a partir do dia 21 de outubro.
Por outro lado, o andamento da colheita da soja nos EUA também segue no radar dos investidores. Até o início da semana, cerca de 36% da área plantada nesta temporada já havia sido colhida, conforme dados do USDA. As informações serão atualizadas na próxima segunda-feira.
Mercado brasileiro
Diante da forte alta registrada na Bolsa de Chicago, os preços no Brasil finalizaram a semana com leves ganhos. Ainda de acordo com levantamento do Notícias Agrícolas, em Londrina (PR), a saca subiu de R$ 60,00 para R$ 62,00, valorização de 3,33%.
Na região de Sorriso, a alta foi de 4,59%, com a saca da oleaginosa a R$ 57. Em Jataí (GO), o ganho ficou em 1,28%, com a saca do grão a R$ 55,20. Na localidade de Panambi (RS) a valorização foi de 2,50%, com a saca a R$ 61,50. A semana foi marcada pelo feriado em comemoração ao dia de Nossa Senhora Aparecida, nesta quinta-feira.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,1491 na venda, com desvalorização de 0,66%. “O dólar recuou ante o real nesta sexta-feira influenciado pelo mercado externo após a divulgação que a inflação dos Estados Unidos veio mais fraca do que o esperado em setembro, aliviando temores de que o banco central do país possa elevar os juros mais do que o esperado”, destacou a Reuters.