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Soja: mercado sobe em Chicago com foco no clima da Argentina e apesar dos números do USDA

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Nesta quinta-feira, dia de novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros da soja fecharam o dia na Bolsa de Chicago com leves ganhos entre as posições mais negociadas. Os contratos mais distantes – julho e agosto/18 – ainda conseguem manter-se acima dos US$ 10 por bushel, enquanto o maio/18, referência para a safra brasileira, segue buscando o mesmo patamar. As altas deste pregão foram de pouco mais de 4 pontos.

O mercado parece ter reagido com cautela aos últimos números do relatório, mesmo com uma nova alta entre os estoques finais norte-americanos, agora estimados em 14,42 milhões de toneladas – os maiores em 11 anos – ao mesmo tempo em que reduziu as exportações 2017/18 do país para 57,15 milhões de toneladas.

Segundo o próprio USDA, essa baixa nas vendas externas do país refletiram o ritmo mais lento das vendas e dos embarques americanos em janeiro, além de uma ‘competição’ mais acirrada com o produto do Brasil. E de fato, as exportações brasileiras foram corrigidas para cima, estimadas agora em 69 milhões de toneladas. A colheita nacional foi estimada em 112 milhões. No boletim de janeiro, esses números eram de, respectivamente, 67 e 110 milhões de toneladas.

Na outra ponta, porém, o USDA trouxe uma redução de 56 para 54 milhões de toneladas na produção de soja da Argentina. Com isso, os estoques argentinos também foram reduzidos e ficaram em 35 milhões de toneladas.

Como explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, os traders, porém, observaram os novos dados por um tempo curto na sessão desta quinta-feira, e logo se voltaram, novamente, ao cenário climático da Argentina. As condições dos últimos 15 dias se agravaram e as altas temperaturas, que têm variado entre 36 e 40ºC nas regiões produtoras preocupam muito.

“Essa é uma fase crítica (das lavouras) que temos pela frente”, diz Sousa. “Os fundosm, que estavam vendidos, observaram o clima e entraram comprando, na contramão do mercado. Pelo menos hoje demonstraram que preferiram comprar”, completa.

Os ganhos, no entanto, como explica o executivo, foram pontuais e vão depender da continuidade dessa irregularidade climática na Argentina.

No paralelo, já começam também as especulações sobre o clima no Meio-Oeste americano e os indicativos de níveis limitados de água no solo, nesse momento ao menos, em importantes regiões produtoras do Corn Belt.

Mercado Nacional

Os preços da soja no Brasil acompanharam os ganhos observados em Chicago e também fecharam em alta nesta quinta-feira. Uma leve alta do dólar frente ao real também favoreceu o fechamento positivo das cotações no interior do país. A moeda americana fechou o dia com alta de 0,13% e sendo cotada a R$ 3,2811.

“O exterior influenciou, mas o mercado chamou vendas nos 3,30 reais e isso aliviou”, comentou um profissional da mesa de câmbio de corretora local à agência de notícias Reuters.

Em Rondonópolis, a saca de soja subiu 2,20% para R$ 65, enquanto em Castro, no Paraná, a alta foi de 1,40% para R$ 72,50. Em Itiquira, também em Mato Grosso, o ganho chegou a 3,45% para R$ 63 por saca.

Nos portos, as referências também subiram nesta quinta. A oleaginosa disponível foi a R$ 73,50 por saca, com alta de 1,38% e em Rio Grande, a R$ 74, subindo 0,82%. No terminal gaúcho, a soja para maio/18 foi a R$ 75,30 e registrou um avanço de 0,67%.

Ainda segundo Ginaldo Sousa, o mercado internacional tem de ser acompanhando ainda bem de perto pelos produtores brasileiros, já que pode oferecer algumas boas oportunidades. “O produtor deve aproveitar os rallies em Chicago para conseguir preços ainda melhores”, orienta o diretor da Labhoro.

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