Nesta quinta-feira, os preços da soja despencaram na Bolsa de Chicago e bateram em suas mínimas em cinco semanas. Os principais contratos perderam entre 14 e 14,75 pontos, levando o julho/17 a US$ 9,04 e o novembro a US$ 9,13 pr bushel. O pregão foi negativo durante todo o dia.
O momento é de pico no mercado climático e as previsões que trazem mais chuvas para o Meio-Oeste americano, principal região produtora de grãos dos Estados Unidos, seguem pressionando de forma expressiva os preços.
“A chuva irá contribuir com as safras e compensar o tempo quente da semana passada. Além disso, para a próxima semana, já se espera um clima mais frio para a metade leste do país”, explica Bob Burgdorfer, analista de mercado do portal internacional Farm Futures.
Há ainda a tempestade tropical Cindy, que também chega trazendo chuvas mais espalhadas, com volumes expressivos podendo ser registrados, principalmente, no Delta e o Sudeste. Já nas Planícies do Norte, o tempo deve continuar seco.
E como explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, as vendas semanais para exportação que vieram abaixo das expectativas do mercado – em pouco mais de 110 mil toneladas, enquanto os traders esperavam algo entre 200 mil e 400 mil toneladas da safra velha – foi mais um fator de pressão sobre as cotações.
“Não se tem nenhuma notícia fundamental capaz de movimentar os preços para o lado de alta e, com isso, os fundos vendidos em soja, milho, farelo e óleo fazem uma festa. Essa foi a razão principal. Clima, vendas semanais baixas e margens chinesas (de esmagamento) negativas”, diz Sousa.
E por hora, ainda segundo o especialista, há espaço para novas baixas e apenas uma mudança significativa nas condições de clima do Corn Belt seria capaz de reverter esse cenário de baixa observado agora. “Ainda é muito cedo para se falar em problemas”, diz.