À espera de alguma novidade que possa caracterizar e confirmar um problema grave para a safra de soja na América do Sul – vindo, principalmente, do quadro climático – o mercado da oleaginosa na Bolsa de Chicago permanece lateralizado. Em determinados momentos da sessão desta terça-feira, os preços chegaram, até mesmo, a zerar sua variações.
Assim, por mais uma pregão, os futuros da commodity encerraram seus negócios do lado negativo da tabela, mas com oscilações que não chegaram a 1 pontos entre os principais vencimentos, os quais ainda se mantém, na casa dos US$ 10,00 por bushel. A exceção continua sendo o janeiro/18, que vale US$ 9,90.
O foco dos traders parece estar sobre as condições climáticas na Argentina, já que no Brasil, o plantio pôde evoluir melhor nos últimos dias, depois que as chuvas mostraram alguma melhor regularidade entre as principais regiões produtoras e apesar dos problemas pontuais que vêm sendo relatados em alguns pontos do país.
As previsões do Commodity Weather Group (CWG) mostram as chuvas ainda muito pontuais para a Argentina nos próximos dias, trazendo apenas um alívio limitado. São previstas precipitações esparsas no oeste e vem ao extremo norte do país no começo da próxima semana.
“Mas, pelo menos um terço da região produtora de soja e milho da Argentina deverá presenciar um ‘crescimento’ da seca nas próximas duas semanas, particularmente no sul de Santa Fe e no norte de Buenos Aires. Temperaturas mais amenas, porém, prevalencem em toda a nação, com pequenos aumentos podendo ser observados no centro e noroeste da Argentina nos próximos 6 a 10 dias”, informa o boletim diário do CWG.
Mais do que os futuros da soja grão, o farelo de soja deverá também refletir essa situação da Argentina, já que o país é o principal produtor e exportador mundial do derivado.
“E há muitos modelos climáticos diferentes indicando a presença de um La Niña. Na medida, em que o fenômeno se aproxima, pode haver condições de mais seca na Argentina. E é isso que estamos começando a ver”, diz o diretor da CRM AgriCommodities, Benjamin Bodart.
E esta é, também, uma semana mais curta e, portanto, de ajuste mais limitado das cotações na CBOT. Nesta quinta-feira, comemora-se o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, quando as bolsas ficam fechadas, e levam os investidores a buscarem um melhor posicionamento antes desse período.
Mercado no Brasil
No Brasil, o mercado também caminha de forma mais lenta neste momento, acompanhando a estabilidade que vem sendo sentida em Chicago, bem como a movimentação um pouco mais limitada do dólar. Nesta terça, a moeda americana fechou o dia com R$ 3,25 e queda de 0,27%.
“O viés é de queda (do dólar), com o investidor retomando um pouco a confiança com relação à aprovação da reforma da Previdência”, afirmou o operador de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho à agência de notícias Reuters.
No porto de Paranaguá, a soja disponível conseguiu manter-se nos R$ 74 por saca, enquanto em Rio Grande foi registrada uma baixa de 0,27% para R$ 73,80. No caso da nova safra, as referências ficaram em R$ 74,50 e R$ 76,80 por saca, respectivamente, com perdas de 0,67% e 0,26%.
Já no interior do país, as principais praças de comercialização fecharam a terça-feira com preços estáveis, também acompanhando a movimentação do mercado internacional. A exceção ficou por conta de Sorriso, no Mato Grosso, onde a cotação subiu 2,68% para R$ 57,50/saca.