A semana foi de ligeira alta aos preços da soja praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições da commodity acumularam valorizações entre 0,16% e 0,89%. Nesta sexta-feira, as cotações da oleaginosa recuaram entre 1,75 e 2,25 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,44 por bushel e o janeiro/18 a US$ 9,53 por bushel.
De acordo com informações da Reuters, esse é o primeiro ganho semanal desde o fechamento de 21 de julho. “A demanda de exportação forneceu algum apoio, mas acho que sem algumas preocupações meteorológicas potencialmente danificando a cultura é difícil ver esse movimento sendo estendido”, disse Phin Ziebell, economista do agronegócio, National Australia Bank, em entrevista à Reuters internacional.
As vendas semanais da safra 2017/18, reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ficaram em mais de 2 milhões de toneladas, para o ciclo que começa em 1º de setembro. O volume ficou bem acima das projeções dos participantes do mercado, entre 400 mil a 600 mil toneladas.
Além disso, essa semana, o órgão reportou no total a venda de mais de 1,2 milhão de toneladas de soja. Do volume, cerca de 462 mil toneladas foram adquiridas pela China e deverão ser entregues na campanha 2017/18. O restante, de 758,2 mil toneladas de soja, foram adquiridos por destinos desconhecidos.
Para o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, os mercados aguardam mais notícias para negociar. “Eu acho que todos estamos aguardando a estimativa da produção do Crop Tour, mas o sentimento geral é que existe uma safra bastante decente. Os investidores acreditam que talvez o USDA não estivesse tão fora de linha, afinal”, pondera o analista.
Ao longo da semana, os participantes do mercado também aguardaram os números do Farm Journal Midwest Crop Tour, renomado tour que acontece anualmente no Meio-Oeste dos EUA. O balanço trazido pela expedição no final desta sexta-feira indicou a satra de soja enrre 115,5 milhões a 120,24 milhões de toneladas.
No início do mês, o USDA indicou a safra norte-americana em 119,23 milhões de toneladas do grão. Os números do Crop Tour indicaram a produtividade média entre 53,97 sacas a 56,12 sacas por hectare. O rendimento estimado pelo órgão é de 56,02 sacas por hectare.
Nos principais estados de produção no Meio-Oeste, Illinois e Iowa, o rendimento da soja ficou abaixo do registrado no ano anterior. Em Illinois, a produtividade foi projetada em 62,92 sacas por hectare. O número ficou abaixo do registrado no ano anterior, de 66,9 sacas por hectare. Já em Iowa, o número foi de 60,67 sacas por hectare, frente as 68,6 sacas por hectare observadas em 2016.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, no mercado doméstico, a semana foi de ligeiras movimentações nos preços da soja. Em Brasília, a alta foi de 4,31%, com a saca da soja a R$ 60,50. No Oeste da Bahia, a valorização foi de 2,93% e a saca fechou a semana a R$ 58,67. Em Castro (PR), a alta foi de 1,52%, com a saca a R$ 67.
Já nos portos brasileiros, a saca disponível subiu 0,72%, com a saca a R$ 70. No Porto de São Francisco do Sul (SC), a valorização foi de 2,19%, com a saca da soja a R$ 70,00. No terminal de Santos, a queda foi de 2,14%, com a saca a R$ 68,50.
“A semana foi marcada por lentidão dos negócios no mercado brasileiro. O produtor segue vendendo somente na medida de suas necessidades de caixa. A comercialização tende a ser lenta e comedida ao longo dos próximos meses”, destacou a Granoeste Corretora de Cereais.
Dólar
A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,1544 na venda, com ganho de 0,23%. “O câmbio registrou leve alta com o investidor se valendo da notícia de que o governo adiou a retomada das negociações para a reforma da Previdência para promover uma correção nos preços”, destacou a Reuters.