Nesta segunda-feira, o mercado internacional da soja começou o dia testando boas e expressivas altas na Bolsa de Chicago, que passavam de 7 pontos nos principais vencimentos. As cotações, entretanto, devolveram as altas e acabaram fechando o dia com estabilidade e do lado negativo da tabela. Dessa forma, o vencimento maio/17, que é o mais negociado neste momento, encerrou a sessão cotado a US$ 9,99 por bushel, e o setembro/17 a US$ 10,01.
Segundo analistas internacionais, uma ligeira retomado do dólar frente a uma cesta de principais moedas globais ajudou a pressionar, mesmo que levemente, as cotações dos grãos no mercado futuro norte-americano. Na tarde desta segunda, o dólar index subia 0,04% para ficar nos 100,17 pontos.
Além disso, as condições favoráveis de clima na América do Sul também ajudaram a tirar parte da valorização observada mais cedo. Até este momento, segundo informou em relatório a Apexsim Inteligência de mercado, o Brasil já colheu cerca de 62% da área, contra 61% do ano passado, com Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás liderando, neste ordem, os trabalhos de campo.
“O tempo seco esperado para essa semana deve colaborar para finalizar a colheita em muitas fazendas ao redor do Brasil”, informa a Apexsim.
Os preparativos para a temporada 2017/18 nos Estados Unidos também ganham um espaço cada vez maior no radar dos traders, poré, ainda com algumas incertezas. O mercado parece se posicionar à espera do novo reporte que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz em 31 de março, com as primeiras projeções oficiais para o plantio – podendo confirmar o aumento esperado para a área cultivada com a soja.
E sobre o clima, as informações ainda parecem favoráveis para a nova temporada. ” As previsões climáticas desta primavera nos Estados Unidos são favoráveis ao plantio precoce da soja, o que dará indícios de produtividade ainda mais cedo neste ano”, informou a Apexsim.
Mercado Brasileiro
No Brasil, com a despencada de quase 1% do dólar frente ao real – e a moeda americana fechando em R$ 3,07 nesta segunda-feira – os preços nos portos do Brasil chegaram a perder quase R$ 1,00 por saca, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. “A semana parece nem ter começado por aqui, com essa queda do dólar, nada de negócios por enquanto”, diz.
E com o câmbio já começando a ser absorvido pelo produtor brasileiro, ele não deve liberar novas vendas, ainda como explica Brandalizze, com preços abaixo dos R$ 71 / R$ 72 por saca. E nesta segunda, em Paranaguá, tanto a soja disponível quanto a negociada no mercado futuro terminaram o dia com R$ 69 e caindo 0,72%. No terminal de Rio Grande, baixas de mais de 1% e preços em, respectivamente R$ 69,50 e R$ 70,50 por saca.
No interior do Brasil, os preços também cederam de forma significativa e segundo um levantamento feito pelo Cepea, são os menores patamares em cinco anos. “A pressão vem do ritmo intenso de colheita no Brasil, da recente desvalorização do dólar frente ao Real e do fraco movimento nas vendas internas de farelo e óleo de soja. Apesar dos menores patamares, ainda há produtores cautelosos, restringindo o volume ofertado, na expectativa de alta da moeda norte-americana e de aumento na demanda externa. Além disso, esses vendedores estão à espera de dados sobre a área a ser cultivada com soja nos Estados Unidos”, informou o Cepea.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias