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Soja fecha em queda na CBOT, mas dólar em alta puxa preços no Brasil

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Após trabalhar durante todos o pregão com estabilidade na sessão desta terça-feira, o mercado futuro da soja voltou a recuar e fechou o pregão no vermelho na Bolsa de Chicago. Entre as cotações mais negociadas, os preços perderam entre 6 e 6,50 pontos, com o maio/18 terminando o pregão em US$ 10,19 por bushel. Na mínima do dia, o contrato bateu em US$ 10,17 e, na máxima, em US$ 10,31 por bushel.

Embora com oscilações tímidas entre as cotações, já vinha sendo esperada uma maior volatilidade para esta semana na CBOT, uma vez que a semana é mais curta para os negócios – com o feriado da Sexta-Feira Santa – e no final dela chegam novos e importantes números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

“Os traders estão relutantes em defender novas posições diante dos novos números de estoques trimestrais e de área de plantio que o USDA apresenta nesta quinta-feira”, disseram analistas de mercado ouvidos pela Reuters Internacional.

Para os estoques trimestrais de soja, o mercado aposta em números altos e recordes, depois da boa safra da temporada 2017/18. Entretanto, os olhos do mercado em Chicago estão mais voltados para os números de área que o USDA pode apresentar. As projeções indicam uma área de soja maior do que a de milho pela primeira vez na história e, ao se confirmar, pode pesar sobre as cotações.

“O que se comenta é que vai haver um crescimento da área de soja e hoje se especula entre 500 mil e 700 mil hectares, podendo plantar até 37,2 milhões de hectares, em detrimento do milho”, acredita Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.

No quadro paralelo, o mercado se atenta também aos desdobramentos da guerra comercial entre China e Estados Unidos – que ainda não viu a soja americana se tornar um alvo oficial do governo chinês, mas segue especulando sobre o caso – e à conclusão da safra na América do Sul.

No Brasil, já há quase 70% da área colhida até este momento, segundo a última estimativa da consultoria Datagro, com uma projeção de colheita acima dos 116 milhões de toneladas. Na Argentina, algumas chuvas têm chegado às regiões produtoras que vinham sofrendo com uma das piores secas dos últimos 30 anos, porém, tarde e ainda limitadas para trazer um alívio expressivo após as perdas causadas pelo clima.

Preços no Brasil

As cotações subiram no mercado brasileiro nesta terça-feira. Acompanhando a alta do dólar, que se mantém acima dos R$ 3,30, os indicativos no cenário interno registraram ganhos de até 3,17%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde a saca de soja foi a R$ 65.

Boas altas foram observadas também nas praças do Paraná, onde as cotações superam os R$ 70/saca, do Centro-Oeste – principalmente em Mato Grosso, onde as referências subiram mais de 1%, como em Rondonópolis, com a saca encerrando o dia em R$ 69,40.

Nos portos, os preços também subiram nesta terça-feira. Somente no terminal de Paranaguá, a alta foi de 1,13% na referência maio/18 para fechar os negócios com R$ 80,50 por saca. Já em Rio Grande, alta de 0,52% no disponível e de 0,38% para maio, com os preços terminando o dia em, respectivamente, R$ 77,80 e R$ 78,30 por saca.

Dólar

A moeda americana, nesta terça, fechou com R$ 3,3314, registrando um ganho de 0,84%, de olho na cena externa. “Apesar do alívio com a guerra comercial, há alguma preocupação geopolítica, com a questão russa”, afirmou o gerente de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti à agência de notícias Reuters.

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