Depois de consecutivas sessões de baixas na Bolsa de Chicago, os futuros da soja voltaram a subir nesta quarta-feira e encerraram o dia com altas de 7,50 a 8,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato maio/17 ficou com US$ 9,47, após bater em US$ 9,51 na máxima do pregão. O agosto/17 fechou com US$ 9,61.
Os demais mercados do complexo soja também subiram e os futuros do farelo e do óleo também terminaram o dia em campo positivo na CBOT. No link a seguir, confira a íntegra dos preços da cadeia nesta quarta:
Parte do avanço dos preços, segundo explicam analistas e consultores de mercado, vem de um movimento técnico de recuperação e de um apetite maior dos fundos que, praticamente zerados na soja neste momento, se mostram mais ávidos à recompra de algumas posições.
“Depois de perdas superiores a U$ 1,00 por bushel nas últimas semanas; depois da estimativa de aumento de área nos EUA e depois do relatório de oferta e demanda que indica mais produção e mais estoques mundo afora, o mercado parece ter recebido todas as notícias negativas e tenta estabelecer um piso para este momento”, explica Camilo Motter, economista e consultor de mercado da Granoeste Corretora de Cereais. “O fato é que, com preços baixos e mercado sobre vendido, se torna interessante para os fundos voltarem às compras”, completa.
Além dessa movimentação técnica, o mercado internacional, com os efeitos do último boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já absorvidos, o mercado passa a aumentar seu foco nas condições de clima nos Estados Unidos. E nesse momento, o que traz ligeiras especulações e preocupações para os traders são as chuvas excessivas em alguns pontos do Corn Belt.
“As chuvas começam a atrasar um pouquinho o plantio do milho agora, nada alarmante, mas causa um certo stress”, diz Flávio França Jr., consultor de mercado da França Junior Consultoria. “Mas, para o preço continuar a subir é importante que essas variáveis continuem aparecendo”, explica.
Ainda no front do clima, as chuvas que chegaram nos últimos dias à Argentina e que paralisaram a colheita da Argentina também trouxeram algum suporte às cotações, mesmo com os trabalhos de campo ainda em seu estágio inicial.
Mercado Brasileiro
Com as boas altas observadas em Chicago, os preços subiram em diversas praças do interior do Brasil – com ganhos variando de 1% a 3,64% nesta quarta-feira. Nos portos, o avanço também aconteceu e passou de 1% nas principais referências.
No terminal de Paranaguá, R$ 65,50 no disponível e R$ 67,00 no mercado futuro, referência junho/17. Em Rio Grande, preços em R$ 66,00 e R$ 66,50, respectivamente, e R$ 66,50 também em São Francisco do Sul/SC.
O movimento de retração vendedora, porém, continua no Brasil. Os preços ainda não alcançam os patamares almejados pelos produtores. “Neste momento, na minha visão, essa é uma postura adequada”, explica França, que acredita que a volatilidade que deve ser trazida pelo mercado climático dos EUA possa trazer alguns bons momentos de comercialização para o produtor brasileiro.