Depois de uma semana de mercado estável e de movimentação limitada na Bolsa de Chicago, os futuros da soja voltaram a subir de forma mais expressiva na sessão desta sexta-feira e fecharam o dia com altas de mais de 8 pontos entre os principais vencimentos. Ainda assim, na semana, os ganhos acumulados ainda foram bastante modestos, variando entre 0,10% e 0,22%. Assim, o contrato janeiro terminou com US$ 9,94 por bushel, e o maio/18, referência para a safra brasileira, com US$ 10,17.
O avanço registrado no pregão desta sexta-feira se de, além de uma tentativa de ajuste e recuperação depois de baixas consecutivas na CBOT, com as boas altas do petróleo – com seus futuros subindo mais de 1,5% nas bolsas internacionais – depois que a Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) concordou em manter os cortes de produção até o final de 2018. Assim, o Brent voltou a superar os US$ 60 por barril. O dólar em baixa também favoreceu.
Entre os fundamentos, as mudanças são poucas, mas também contribuíram para as altas desta sexta. Mapas climáticos indicam menos chuvas para a Argentina e o sul do Brasil nos próximos 15 dias, aumentando a preocupação com algumas áreas produtoras da América do Sul.
Além disso, a probabilidade de um La Niña é cada vez mais iminente para começar em dezembro e se estender até o mês de fevereiro, como mostra a AgResource Mercosul. Não há chuvas expressivas desde o começo de novembro para o sul da América do Sul e essas previsões não têm mudado, explica o analista de mercado da consultoria, Matheus Pereira. A preocupação real com o fenômeno, segundo o analista, só não se tornou concreta porque ainda se trata de previsões.
“É um caminho sem volta, apesar de ainda não estar configurado”, diz o executivo.
Dessa forma, e sem muitos efeitos ainda sendo registrados pela safra da América do Sul, porém, a tendência de preços ainda laterais na Bolsa de Chicago permanece, ainda segundo o analista da AgResource Mercosul. “Ainda é um momento de muita incerteza”, explica. Ainda assim, acredita que o patamar dos US$ 10 por bushel – sem mudanças efetivas no curto prazo – deverá ser mantido.
Nas últimas seis semanas, nenhum movimento agressivo foi observado e Pereira avalia que a confirmação de um La Niña seria um destes movimentos capazes de mexer com as cotações.