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Soja: disponível nos portos do Brasil vai a R$ 67 por saca

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Nesta quarta-feira, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda, ao lado do dólar, que também recuou frente ao real, voltando aos R$ 3,117, e os fatores, mais uma vez, provocaram novas baixas nos preços no mercado brasileiro. Tanto em Rio Grande, quanto em Paranaguá, a oleaginosa disponível fechou o dia com R$ 67,00 por saca, estável no terminal paranaense e perdendo 1,47% no gaúcho.

Entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as baixas ficaram entre 0,85% e 2,34%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde a referência para a saca está em R$ 57,13. Entre os principais estados produtores, os preços estão cada vez mais distantes dos R$ 60,00 e, em algumas praças, os valores já chegam a se mostrar abaixo dos custos de produção.

“O mercado da soja continua navegando nos piores momentos do ano, neste momento em que coincidem pressão de baixa no mercado externo devido à grande safra que está chegando ao mercado, com a forte alta nos fretes internos e junto a isso, o dólar não está ajudando em nada, se mantendo próximo dos R$ 3,10”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Os novos negócios, portanto, permanecem escassos. Para Silvio Alface Neto, analista de mercado da Socopa Corretora, o que poderia voltar a estimular os produtores brasileiro a voltarem ao mercado seria, entre as pernas de formação do preço, uma retomada consistente do câmbio. Em sua análise, no final do ano, a moeda americana poderia voltar à casa dos R$ 3,50.

“Eu acho isso totalmente viável. O dólar já está trabalhando há muito tempo entre os R$ 3,10 e R$ 3,20 e acredito que ele esteja acumulando um movimento meio forçado por parte do governo brasileiro para manter os preços nesses níveis. Acredito que, a qualquer momento, esse dólar pode dar uma evoluída e estimular o produtor”, diz Neto. “Com um dólar de R$ 3,12, se adicionarmos o juro futuro, teríamos um dólar de R$ 3,30, que eu ainda acho um patamar baixo, e pode estar no final do ano entre R$ 3,50 e R$ 3,30”, completa.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os principais vencimentos cederam entre 2,25 e 3,50 pontos, levando o maio/17 a US$ 9,69 no final do pregão desta quarta-feira. O comportamento do mercado futuro norte-americano permanece ainda bastante técnico, com os traders se posicionando à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Nesta sexta-feira, 31 de março, o órgão norte-americano atualiza seus dados de estoques trimestrais de grãos na posição de 1º de março, bem como traz o primeiro reporte oficial de intenção de plantio com as informações de área. A perpespectiva maior é da confirmação de um aumento expressivo do espaço destinado à soja nesta temporada.

Enquanto isso, os traders continuam acompanhando a movimentação do dólar – tanto no Brasil, quanto no cenário norte-americano – além do comportamento das demais commodities relacionadas, como o petróleo, e a influência dos fundamentos já conhecidos pelo mercado, como a grande safra da América do Sul e mais a força intensa da demanda pela oleaginosa.

“Os baixos preços de soja em grão atualmente (pressionados por uma gigantesca oferta mundial), mantém o interesse no lado da demanda. A AgResourCe Brasil estima que em abril a China deverá importar mais de 9,2 MTs de soja mundial. Com Brasil e Argentina sendo os principais mercados-alvo para fornecimento”, diz, em seu reporte diário, a AgResource Brasil.

 

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