Na sessão desta segunda-feira, o mercado internacional da soja fechou estável com pequenas variações entre as posições mais negociadas. Durante todo o pregão, as cotações caminharam de lado, sem uma tendência bem definida, testando os dois lados da tabela, e fecharam o dia perdendo mais de 4 pontos, com o maio/17 cotado a US$ 10,65 por bushel.
O mercado segue esperando por novidades e, para amenizar a pressão sentida mais cedo na Bolsa de Chicago, pegou carona nos bons números dos embarques semanais norte-americanos divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta tarde, indicando o ritmo ainda forte nos EUA e, consequentemente, se confirmando como um índice da boa demanda.
Os embarques de soja da semana encerrada em 9 de fevereiro totalizaram 1.145,336 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 1,09 e 1,28 milhão de toneladas. O volume é menor do que o registrado há uma semana, porém, bem maior do o total do mesmo período do ano anterior. Assim, o volume acumulado em toda a temporada comercial já chega a 41.588,776 milhões de toneladas, contra 36.005,524 milhões do mesmo período da anterior. Ou seja, do dotal esperado para ser exportado pelos EUA – 55,79 milhões de toneladas – já há quase 75% embarcado.
No entanto, passado o fôlego trazido pelo boletim, como explica Vlamir Brandalizze, o mercado voltou a realizar lucros em cima dos pequenos ganhos registrado mais cedo. “O mercado está carente de informações novas que possa mudar o rumo dessas posições”, diz o consultor da Brandalizze Consulting.
Sobre a América do Sul, nem mesmo as fortes chuvas que chegam ao Mato Grosso desde este último final de semana foram suficientes para intensificar a movimentação do mercado. Os problemas foram pontuais, mas ainda exigem acompanhamento. Há muitos municípios com perdas já consolidadas, porém, ainda a serem contabilizadas. “Mas, no geral, não há atraso na colheita”, e os traders na CBOT têm consciência desse quadro, ainda esperando uma safra recorde vinda do país, acima de 104 milhões de toneladas, segundo a maior parte de consultorias privadas e órgãos públicos.
Na Argentina, as condições começam a melhorar, a trazer um respiro aos produtores e, neste momento, as perspectivas para a safra do país também são melhores do que há algumas semanas, o que também acaba exercendo alguma pressão sobre as cotações.
Mercado Brasileiro
Para os preços da soja no Brasil, a semana começou de estável a ligeiramente negativa. Os negócios, com patamares pouco atrativos, seguem travados e o dólar no foco central do produtor nacional para uma retomada da comercialização em um ritmo mais forte. E nos EUA, apesar de a soja estar mais competitiva neste momentos, as vendas também não acontecem.
“O mercado (nos portos) teria que ir acima dos R$ 80,00 por saca. Ainda há um bloqueio de negócios mais em cima do câmbio do que sobre Chicago”, explica Brandalizze. E nesta segunda-feira, com o dólar fechando o dia estável, aos R$ 3,1101, a movimentação das cotações nos portos e no interior do Brasil também foram limitadas.
A soja disponível perdeu 0,66% em Paranaguá, fechando com R$ 75,50 por saca e, em Rio Grande, com R$ 75,30, e registrando uma pequena alta de 0,40%. Para o mercado futuro, baixa de 0,66% no terminal paranaense e estabilidade no gaúcho, com as referências em R$ 75,50 e R$ 78,50, respectivamente.
No interior, algumas praças do Paraná chegaram a perder pouco mais de 0,7%, com preços na casa dos R$ 65,00 no fechamento do dia, enquanto Tangará da Serra, em Mato Grosso, perdeu 0,83% para R$ 59,50 e Campo Novo do Parecis registrou um ganho de 0,85% para R$ 59,00.
Fonte: Notícias Agrícolas