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Soja: chuvas nos EUA tiram 30 pontos dos preços em Chicago e novembro volta aos US$ 9,70

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Nesta terça-feira (1), o dia foi bastante pesado para os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago, que encerraram o pregão perdendo mais de 30 pontos entre os principais vencimentos. Assim, as posições mais negociadas perderam o patamar dos US$ 10,00 por bushel, levando o novembro/17 aos US$ 9,71 por bushel.

A combinação de melhores condições das lavouras norte-americanas – reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (31) – e mais as previsões indicando melhores chuvas para o Corn Belt nos próximos dias foi a combinação que mais pesou sobre os preços nesta terça.

Os 59% das plantações em boas ou excelentes condições surpreenderam o mercado. Importantes regiões produtoras, afinal, vinham sofrendo com severas adversidades climáticas e as últimas chuvas registradas no Corn Belt foram limitadas e pontuais apenas.

Apesar da melhora anunciada pelo USDA e das chuvas dos últimos dias, ainda de acordo com analistas internacionais, esses números não refletem, necessariamente, se o potencial destas plantas também aumenta de semana em semana. O que significaria dizer, portanto, que o potencial produtivo da safra americana não está, portanto, assegurado e, no caso da oleaginosa, tampouco concluído. Há todo o mês de agosto com a necessidade de um cenário climátifco favorável para que o país veja uma conclusão dentro do esperado para a safra 2017/18.

A temporada atual tem sido, segundo relatos de produtores americanos, tem sido “particularmente desafiadora já que muitos têm lutado contra as adversidades climáticas desde o início da primavera no país”. Assim, eles acreditam que mais importantes do que as classificações das lavouras são as chuvas.

Nesse quadro, segue a volatilidade sobre as cotações e, como explica o analista de mercado Jack Scoville, ainda nessas condições, a tendência é de queda ainda para os preços no curto prazo, com a possibilidade de as cotações perderam ainda mais algo entre 30 a 40 cents por bushel na referência novembro. Se o clima muda, essa direção das cotações também muda.

“Um dia o mercado fala de chuvas, outro dia do calor. Está difícil para fazer negócios. E tudo pode mudar de novo na próxima semana. Quem sabe?”, explica Scoville. Para o executivo, o intervalo de preços que em que o mercado deve trabalhar, ao menos nesse momento, deve ser de US$ 9,00 a US$ 10,50 por bushel frente às atuais condições de desenvolvimento do clima e da nova safra dos Estados Unidos.

Ao passo em que as condições climáticas continuam a ser acompanhadas de perto, o mercado também já se prepara para o novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz no próximo dia 10, onde serão atualizadas suas estimativas de produtividade. O atual número esperado pelo departamento é de 48 bushels por acre, e analistas nacionais e internacionais já não apostam mais nessa média.

“O consenso geral dos traders é que a produtividade do milho, prevista em 170,7 bushels por acre pelo USDA poderia diminuir entre 6 e 7 bu/acre. Na soja, a produtividade estimada em 48 bu/acre, pode cair 1,5 a 2 bu/acre. Entretanto, isto, naturalmente, não quer dizer que o USDA fará alterações deste porte para esse relatório”, diz Ginaldo Sousa, diretor da Labhoro Corretora.

Previsão do Tempo

“Ainda existem bolsões de seca e estamos iniciando o mês de agosto, que tem primordial importância para definição da safra de soja. Entretanto, as previsões atuais no curto prazo são mais consistentes e mostram chuvas mais abundantes na Dakota do Sul e norte de Iowa, previstas pelo NOAA, enquanto o modelo europeu já coloca mais chuvas para o Missouri e áreas no leste do Cinturão, como centro-sul de Illinois e Indiana”, explica Sousa. “Com essas previsões mais úmidas e temperaturas mais amenas fica difícil o mercado voltar a romper os US$ 10,00 sem uma mudança radical no clima”, completa.

No Brasil, preços em queda e negócios parados. A despencada das cotações em Chicago refletiu na formação dos valores no mercado nacional e no comportamento dos vendedores, quer já vinham retraídos. A referência para o porto de Paranaguá tanto para a soja disponível, quanto para a safra nova encerraram a terça-feira nos R$ 71,00 por saca, enquanto em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, foi a R$ 69,40 por saca.

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