Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago parecem continuar respeitando suas referências gráficas e, após testar novas baixas e patamares menores neste início de semana, voltaram a subir na tarde desta quarta-feira (1). Por volta de 13h(horário de Brasília), os futuros da commodity subiam entre 7,75 e 9,25 pontos, levando o março/17 de volta para os US$ 10,32 e maio/17 para US$ 10,42 por bushel.
O mercado internacional mantém sua volatilidade e reflete, como explicam analistas e consultores internacionais, um ajuste típico de início de mês, com uma ‘nova onda de recursos’ e um reposicionamento dos fundos investidores, como reporta o portal britânico Agrimoney.
As recentes quedas estimularam, inclusive, algum movimento de compra por parte dos fundos, ajudando na recuperação das cotações. Ainda nesta terça, também colaborando, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja, após um bom tempo sem o fazer, com o volume de 267 mil toneladas para destinos não revelados, sendo a maior parte da safra 2016/17.
Ao mesmo tempo, as cotações sentem também a influência ainda forte do mercado financeiro, principalmente as informações que chegam hoje do Federal Reserve (o banco central em norte-americano). As expectativas de especialistas é de que no anúncio de hoje o Fed não mexa nas taxas de juros americanos, mas pode indicar como deverão ser suas políticas na nessa nova administração dos Estados Unidos.
A atenção sobre os fundamentos também permanece. As chuvas voltam para a Argentina nesta semana e trazem, mais uma vez, o risco de novas cheias, já que devem se estender para a próxima semana. “Entre sexta e sábado, há risco de inundações na região central do país. E as chuvas deverão ser fortes em alguns lugares, porém, não há expectativas de que novos riscos causados pelas cheias ocorram”, disse Terry Reilly, da Futures International, em um reporte nesta quarta.
Além dos fundamentos já conhecidos – especialmente a demanda forte e crescente pela oleaginosa e a conclusão da safra da América do Sul – o foco dos traders se ampliam mais a partir de agora e já começam a trazer as primeiras especulações sobre a safra 2017/18 dos Estados Unidos, e o impacto sobre o andamento das cotações da ‘disputa’ por área no país entre a soja e o milho.
“A diferença entre ganhos da soja sobre o milho nunca esteve tão grande desde 1996. A AgResource (ARC)projeta que os produtores dos EUA poderão plantar quase 35 milhões de hectares (MHa) de soja neste ano de 2017, aumento de 1,3 MHa, e 37,4 MHa de milho, reduzindo em 700 mil hectares em relação à 2016”, informou o boletim diário da companhia.
Preços no Brasil
Nesta terça-feira, as variações do dólar ainda são limitadas e, perto de 13h30, a divisa subia 0,27% para ser negociada a R$ 3,159. O combustível para deixar as pequenas altas veio, como reporta a Reuters, dos bons dados do mercado privado de trabalho nos EUA, o que poderia indicar, com mais força, a possibilidade da alta de juros no país, mesmo que não seja no anúncio desta quarta-feira.
Com isso e com um caminho ainda não muito claro para os futuros em Chicago, os preços da soja em Rio Grande hoje trabalhavam também bem próximos da estabilidade. No disponível, a referência era mantida nos R$ 75,00 por saca, enquanto perdia 0,13% para junho, com R$ 76,90.
Fonte: Notícias Agrícolas