Os preços da soja seguem recuando na Bolsa de Chicago no início desta terça-feira (25), ainda devolvendo parte das altas registradas nos últimos pregões. Por volta de 13h15 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 4,50 e 5,25 pontos, com o maio/17 sendo negociado a US$ 9,56 por bushel. O agosto/17 era cotado, no mesmo momento, a US$ 9,68.
A pressão para a formação das cotações no Brasil, porém, era aliviada pela forte alta do dólar em relação ao real, que passava de 1%, levando a moeda de volta ao patamar dos R$ 3,16. A apreensão sobre a aprovação da Reforma da Previdência no Congresso é, segundo especialistas, um dos fatores que motiva a alta.
O PSB, que é um partido da base governista, fechou a questão contra a medida e agora, como explica o relatório da Advanced Corretora em seu relatório, “o receio é de que outras siglas governistas sigam o mesmo exemplo”.
Com a ajuda do câmbio, o preço da soja no porto de Rio Grande voltava ao indicativo dos R$ 68,00 por saca no disponível e aos R$ 68,20 na referência junho nesta tarde de terça. Os negócios, porém, ainda demoravam a engrenar de forma expressiva, com a comercialização ainda travada e os produtores retendo suas vendas.
Bolsa de Chicago
Os produtores americanos plantaram, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportaram e os preços já começam a refletir a nova safra dos EUA. Segundo o reporte semanal de acompanhamento de safras trazido no fim desta segunda (23), o país já tem 6% da área plantada. O índice ficou acima do mesmo período do ano passado e da média dos últimos cinco anos, ambos em 3% para esta época do ano.
“O mercado de grãos sente a pressão da corrida dos produtores americanos para plantar sua safra antes das chuvas previstas”, explica o analsita de mercado da Allendale, Paul Georgy.
E para Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, “daqui em diante, o clima se torna ainda mais relevante”. No entanto, o economista reafirma que a demanda pelo produto norte-americano segue bastante firme, ao passo que o dólar vem trabalhando (no exterior) em seu menor nível em cinco meses frente a uma cesta de moedas. Isso, “embora, daqui para frente, a demanda se volte, decididamente, para a América do Sul”, diz.