A implantação de uma política estadual direcionada para a estruturação da cadeia têxtil começa a ganhar novos rumos em Mato Grosso. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, e um grupo de diretores da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) visitarão a região de Blumenau, no Vale do Itajaí (SC), considerado um dos principais polos têxteis do país, com o objetivo de fomentar as diretrizes para a iniciativa e, consequentemente, gerar empregos e oportunidades para investidores.
“Estamos encontrando muita sintonia entre o que pensamos e o que as indústrias esperam. Farta oferta de matéria prima e mão de obra, combinado com um ambiente tributário compatível e seguro, realmente podem viabilizar grandes investimentos no estado. Os interesses são reais e agora temos que terminar o trabalho da lei setorial, que já está avançado”, revelou o secretário Ricardo.
Nesta quinta-feira, a comitiva mato-grossense se reuniu com Edy Gracco e Marco Bortoluzzi, sócios-proprietários e administradores de um shoping de atacado localizado em Indaial, a cerca de 20 km de Blumenau. A conversa girou em torno da instalação de um empreendimento semelhante em Mato Grosso.
“A intenção é inverter a lógica atual, em que os lojistas mato-grossenses vão a outros estados, como Santa Catarina, comprar as peças a serem vendidas aos consumidores de Mato Grosso. A proposta é levar os fabricantes que já trabalham conosco em Indaial para um shopping de atacado em Mato Grosso, de modo a estimular o desenvolvimento de uma rede de produção nesse estado”, explicou Gracco.
O empresário ressaltou que esse tipo de empreendimento não é aberto para o público em geral, ou seja, não trabalha com a venda no varejo. Ele sinalizou que está bastante interessado na instalação de um shopping atacadista em Mato Grosso, o que poderá ocorrer já em 2017. “Acreditamos que esse tipo de empreendimento poderá despertar o interesse de empresários locais em produzir para nós, contribuindo para que Mato Grosso passe a fabricar e comercializar itens de vestuário em outros estados”, afirmou.
Na sequência visitaram também uma indústria, que fecha praticamente toda a cadeia desde a produção do fio até a comercialização de roupas. De acordo com Tomczyk os proprietários já tem interesse em investir em Mato Grosso, com um investimento inicial pequeno, mas estão aguardando a definição do ambiente tributário para acelerar os investimentos em Mato Grosso. “É uma grande indústria aqui de Santa Catarina. E já é consumidora de algodão produzido em Mato Grosso”, frisou o secretário, afirmando que a empresa tem reais interesses em investir em fábricas em Mato Grosso que os receberam muito bem.
Também acompanham a visita em Santa Catarina os dirigentes da Ampa, sendo o presidente Alexandre Schenkel, o vice-presidente Eraí Maggi Scheffer e o diretor executivo Décio Tocantins e o secretário adjunto de Empreendedorismo e Investimentos da Sedec, Leopoldo Rodrigues Mendonça.
Agreste Pernambucano
A preocupação em estimular a indústria de confecção em Mato Grosso levou, recentemente, o gestor da Sedec e os diretores da Ampa a outro polo têxtil, no Agreste pernambucano, onde visitaram a segunda maior produtora de confecções do Brasil (fica atrás apenas de São Paulo). Lá, conheceram o maior parque de confecções da América Latina em sua categoria.
“Nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento de Mato Grosso, gerar novas oportunidades de investimentos, empregos e renda para a população, e, naturalmente, trabalhar em prol da consolidação da produção algodoeira em nosso estado. Hoje Mato Grosso produz aproximadamente 60% do algodão brasileiro, mas temos condições de produzir mais e, para isso, é fundamental contar com um mercado doméstico e uma indústria têxtil fortes para absorverem a maior oferta de matéria-prima”, comenta Alexandre Schenkel, presidente da Ampa.