A produção de grãos na safra de 2016/2017 em Mato Grosso está 35% maior que a temporada anterior, com a estimativa de colher 58,606 milhões de toneladas. No ciclo passado, a colheita totalizou 43,425 milhões (t). Os dados são da 9ª estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta quinta-feira (8). Mato Grosso segue como o principal produtor de grãos do país e registra uma área plantada de 14,934 milhões de hectares. A produção nacional de grãos está estimada em 234,325 milhões (t) na safra que termina este mês.
De acordo com o gerente de levantamento e avaliação de safra da Conab, Cleverton Santana, o clima foi o fator que mais contribuiu para a produção recorde deste ano. “Desde setembro, o conjunto de chuvas facilitou o plantio dos grãos em Mato Grosso. Choveu e parou de chover no momento certo. A colheita também foi boa, sem a incidência da chuva”, explica.
Ele ressalta que somente a região de Campo Novo do Parecis foi impactada pelo excesso de chuva durante os meses de abril e maio, o que provocou reflexos no plantio da 2ª safra. “Cabe lembrar que no ano passado a produção sofreu com a estiagem e este ano as condições climáticas estão mais favoráveis”, comenta.
Soja e milho continuam representando a maior fatia do total de grãos produzidos no Estado. A soja, carro-chefe da produção agrícola, tem previsão de colher 30,513 milhões (t) na safra atual, aumento de 17,2% sobre o total da última safra, que fechou com 26,030 milhões (t).
No caso do milho o avanço é ainda maior na safra de 2016/2017, que deve fechar com 25,556 milhões (t), número 67,3% acima da safra de 2015/2016. A produção do grão foi a mais impactada pela estiagem do ano passado, que resultou no encolhimento da safra. Seguindo a mesma tendência de avanço, o algodão tem aumento de 13,3% nesta safra, com o total de 2,494 milhões (t). No ano passado foram 2,201 milhões (t) do produto.
Rui Prado, produtor de grãos em Campo Novo do Parecis, informa que a safra atual está em ótimas condições. Ele destaca que começará a colheita da 2ª safra de milho, de girassol e feijão este mês. “O excesso de chuva prejudicou um pouco. Tivemos perda de cerca de 20% na produção de soja”, relata.
Apesar da perda influenciada pelo clima desfavorável, ele informa que o preço de venda da soja e do milho é que tem desestimulado a produção para a próxima safra. “Dá vontade de não plantar mais. Na próxima safra, planejo reduzir a área plantada de soja e milho em 15% e investir em pastagem para criar gado. Apesar do preço estar retraído, o investimento e o risco são menores do que nos grãos”.