O governador Mauro Mendes (DEM) ainda não enviou nenhum projeto seu para apreciação da Assembleia Legislativa, que terminou o seu recesso, e já enfrenta problemas com os produtores rurais. É que a renovação da segunda edição do Fundo Estadual do Transporte e Habitação (Fethab 2), pretendida pelo governador para assegurar receita de aproximadamente R$ 450 milhões aos cofres do Estado este ano, tem desagradado o setor produtivo de Mato Grosso. Depois da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) emitir nota em desacordo, conforme Só Notícias já informou, foi a vez da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) mostrar o desagrado publicamente.
Por meio de nota, o presidente da Ampa, Alexandre Schenkel, afirmou que, diferente do que foi alegado pelo novo governo, em momento algum o setor foi chamado para discutir uma nova contribuição do agronegócio.
“Ficamos sabendo dessa nova proposta pela imprensa e não é justo com o setor que está sendo eficiente e contribui tanto com o Estado. Não procuraram e não tiveram diálogo com o setor para saber se a gente é capaz de contribuir, se pode contribuir e de que forma. Os produtores de algodão são contra o Fethab 2 ou qualquer aumento de tributação no nosso setor”, afirmou Schenkel.
Os produtores de algodão ressaltam que os custos em cima da lavoura já são altos e que é preciso o governo do Estado e a classe política conhecer os números do setor. Sem falar em lucros, a Ampa estima que os custos da produção anual cheguem a R$ 8,5 bilhões.
“Os produtores fazem planejamento com um ano, um ano e meio de antecedência, tendo compromisso com fornecedores e clientes antes de colher. Já estamos apertados na questão de planejamento dos gastos, não temos mais receita para novos tributos”, alertou o presidente da Ampa.
Antes de Schenkel, o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan, já havia rebatido as declarações de que o setor apoia a renovação do Fethab 2. O projeto do Fethab 2 deve ser protocolado por Mauro Mendes à Assembleia Legislativa amanhã. A intenção do governador era ter feito a entrega ontem, junto com um pacote de medidas para buscar o equilíbrio fiscal do Estado, mas após reunião com alguns deputados e diretores da Famato no Palácio Paiaguás, a apresentação das matérias foi transferida.