Os recursos direcionados ao crédito rural aumentaram 25% no segundo semestre deste ano frente ao mesmo período em 2016. É o que afirmou o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Marco Túlio da Costa, em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira. O montante total chegou a cerca de R$ 300 bilhões liberados pela instituição financeira.
Para Marco Túlio, o resultado é consequência de uma parceria cada vez mais estreita com o setor agropecuário. “Estamos alinhados e comprometidos com os produtores rurais. A FPA é o nosso canal de comunicação com o setor agropecuário. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que continuem confiando na instituição, pois nós continuaremos ouvindo os anseios e necessidades do setor e buscando soluções que atendam a todos os segmentos em quaisquer situações”, ressaltou o diretor.
As recentes medidas apresentadas pelo Banco atenderam demandas dos produtores rurais de arroz do Rio Grande do Sul e Paraná, de maçã em Santa Catarina e de leite em várias regiões do País. Todos esses segmentos passam por mudanças bruscas devido ao alto custo de produção nacional ocasionado pelo desarranjo no mercado interno com a desleal concorrência e competitividade dos produtos importados frente aos locais. “A abundância da matéria-prima causa efeito automático sobre o preço do produto. As dificuldades enfrentadas estavam impactando diretamente no rendimento e capital dos pequenos, e consequentemente no seu acesso ao crédito e no pagamento de dívidas”, disse Marco Túlio.
A primeira iniciativa se iniciou com o setor pecuarista, frente aos desgastes causados pela Operação Carne Fraca. Todos os prazos de renegociações de dívidas com o Banco do Brasil que venciam neste ano foram prorrogados até 2018. “Muitos pequenos produtores iam se desfazer de rebanhos ou vender seus animais por um preço muito aquém do mercado para sanar as dívidas. Demos um fôlego ao setor”, destacou o diretor do BB.
Durante a reunião, os parlamentares da FPA reconheceram os avanços alcançados com as parcerias firmadas não só com o Banco do Brasil, mas também com o Banco do Nordeste. No entanto, ainda demonstraram preocupação com outros prazos de renegociações de dívidas de crédito rural que se encerram no fim deste ano, principalmente no que tange a agricultura familiar, prevista na Lei 13340/2016.
Para o deputado Júlio César (PSD/PI), a prorrogação é de vital importância para a sustentabilidade do setor. “Esse adiamento, do Funrural, da Lei 13340/2016 e da Resolução 4.519/16, que trata dos estados atingidos pela seca, garante a manutenção da competitividade e o ganho de capital ao setor produtivo brasileiro como um todo”.
Para Júlio César, a aprovação do projeto de lei que trata do passivo do Funrural, que acabou por incluir a prorrogação da Lei 13340/2016, é de extrema necessidade e urgência. “Não podemos deixar milhares de produtores em completa desassistência”, ressaltou o parlamentar.
A vice-presidente da FPA, deputada Tereza Cristina (Sem Partido/MS) ressaltou a importância desse constante diálogo com o Banco do Brasil e instituições financeiras que operam com crédito rural. A deputada já sinalizou uma próxima reunião com o Banco do Brasil para tratar não só da prorrogação dos prazos que já se encontram apertados, mas também das condições oferecidas aos pequenos produtores nas renegociações de dívidas. “As condições melhoraram, mas ainda carecem de adequações pontuais frente às dificuldades enfrentadas por alguns segmentos de produção, como leite, cebola, alho e arroz nos últimos tempos. Vamos buscar soluções para todos”, garantiu a vice-presidente.
Na ocasião, o Banco do Brasil também anunciou a nova plataforma tecnológica para acesso mais ágil ao credito rural, o Custeio Digital. Agora, o produtor poderá solicitar o crédito por meio de telefone ou tablet. Segundo o diretor do BB, Marco Túlio, uma operação que durava cerca de 20 dias vai demorar um dia. Para avaliação de imóvel rural, por exemplo, o tempo vai passar de 30 dias para 44 segundos.
As informações são da assessoria da FPA.