Os protestos desta semana na BR-163, na região de Novo Progresso (PA), prejudicam as operações no terminal fluvial de Miritituba, no mesmo Estado, com redução no recebimento de grãos pelo porto em cerca de 75 % ante o volume usual, disse o gerente de economia da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral.
“Os embarques já estão ocorrendo a 25 por cento do que poderiam ser. Em mais quatro ou cinco dias, teremos dificuldades para embarcar (por Miritituba)”, afirmou Amaral à agência de notícias Reuters, acrescentando que o terminal passou a receber cerca de 6 mil toneladas de grãos por dia, ante 25 mil toneladas por dia esperadas para este mês. “A programação de julho já está comprometida”, acrescentou ele.
Produtores rurais, pecuaristas, madeireiros e comerciantes bloquearam totalmente nesta sexta-feira a rodovia BR-163, interrompendo o fluxo de veículos no principal canal de escoamento de soja e milho para o Norte do país, disse um dirigente dos agricultores paraenses. Eles reivindicam a exploração comercial de parte de uma reserva florestal no Pará, o que foi vetado pelo presidente Michel Temer.
Segundo Amaral, o transporte de milho, cuja safra está em pico de colheita no Mato Grosso, é o mais afetado pelas manifestações, mas também há prejuízos para carregamentos de soja.
De acordo com o gerente da Abiove – associação que representa indústrias e tradings de grãos -, caso ocorram cancelamentos de embarques, o prejuízo total na operação de escoamento poderia chegar a 400 mil dólares por dia.
“Precisamos de um atuação urgente do governo federal para buscar alguma solução, para que pelo menos se dê um caminho, pois a economia toda está sendo prejudicada por isso (protestos)”, disse Amaral.