Os produtores rurais mato-grossenses contrataram R$ 7,110 bilhões em crédito na safra 2017/2018, no período que compreende os meses de julho a novembro de 2017. O valor é 20,5% maior que o contabilizado no mesmo período do ano anterior, quando foram emprestados R$ 5,899 bilhões. O montante liberado aos agricultores e pecuaristas do Estado contempla os recursos destinados ao custeio, investimento e comercialização da produção, e foram apurados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), entidade vinculada à Federação da Agricultura e Pecuária (Famato).
Do total emprestado no Estado, 62,3% foram destinados ao custeio da safra – para compra de insumos como sementes, fertilizantes, inseticidas, entre outros – que totalizou a contratação de R$ 4,430 bilhões. Para investimentos foram desembolsados pelos bancos oficiais um total de R$ 2,170 bilhões, acréscimo de 18,5% sobre o quantificado para esta finalidade no mesmo período de 2016. Já a comercialização foi responsável pela contratação de R$ 510,9 milhões nesta safra, contra R$ 239,3 milhões de julho a novembro de 2016, incremento de 17%.
A contratação desses recursos está dentro do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/2018, que tem um orçamento de R$ 190,250 bilhões, maior que os R$ 185 bilhões da temporada anterior. O crédito pode ser contratado por pequenos, médios e grandes produtores rurais. As taxas de juros variam conforme a modalidade de crédito, variando de 6,5% ao ano a 9,5% ao ano. E pensando no próximo ciclo agrícola, que tem início em julho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começará as discussões para a elaboração no PAP 2018/2019 logo após o Carnaval.
Os debates serão promovidos nos estados produtores para identificar as prioridades que devem nortear a aplicação dos recursos. Segundo o ministro Blairo Maggi, a Pasta não abre mão de decidir sobre o direcionamento da utilização dos recursos, enquanto o Ministério da Fazenda, Tesouro Nacional e Banco Central ficarão com a responsabilidade de definir valores e taxas de juros. “Na elaboração do Plano Safra do ano passado muitos órgãos do governo opinaram sobre o uso dos recursos destinados ao produtor. Entendo que esse é um papel que deve ser exercido pelo Mapa após ouvir as necessidades mais prementes do setor”.
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, afirma que os recursos ofertados pelo governo federal aos produtores são muito importantes para o agronegócio nacional, mas defende que o dinheiro possa ser acessado pelos produtores. “Essas conversas serão importantes para tornar o crédito acessível e para que ele chegue mais rápido nas mãos dos agricultores”.
Daniel Latorraca, superintendente do Imea, lembra que na safra em curso, do total de recursos usados para custeio no Estado, de R$ 19 bilhões, apenas 14% vieram de bancos oficiais. O restante veio de outras fontes, como recursos próprios e das tradings.