Com o início da colheita, na última semana, produtores de milho estão tendo prejuízos em Sorriso. De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Luimar Gemi, a situação foi registrada em áreas que iniciaram o plantio ainda em janeiro. “O que a gente ouve é que todas as lavouras que acumularam a ‘chuvarada’ desde janeiro estão tendo problemas. As áreas onde o plantio iniciou depois, a gente ainda não sabe como será, pois a colheita não começou”, afirmou, ao Só Notícias/Agronotícias.
Segundo Luimar, o impasse gera preocupação para os produtores, em razão dos baixos preços do cereal. A saca terminou a semana, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), cotada a R$ 16 no município e registrando uma desvalorização de 2,14% em relação à semana anterior. “É um impasse. É mais um agravante junto com o preço. A gente ainda está vendo o que pode ser feito”.
De acordo com o presidente do sindicato, alguns produtores estão optando por segurar as vendas do cereal. “A ideia é aguardar para, quando colher milho bom, fazer a mistura. Alguns estão mesclando também o milho colhido de áreas boas com aqueles talhões considerados ruins. Há ainda quem está aceitando o desconto da compradora”.
Conforme o Imea, foi registrado, até a última sexta-feira (19), um avanço de 0,24% da colheita da área total destinada ao cereal na atual safra em Mato Grosso. Segundo o relatório, parte destas áreas colhidas foram semeadas ainda durante o início de janeiro. Centro-Sul (com avanço de 0,29%), Médio-Norte (0,45%) e Nordeste (0,26% da área total) são as únicas regiões a reportarem colheita, até o momento.
O instituto aponta ainda que, apesar das chuvas e o tempo nublado terem retardado um pouco os processos a campo na última semana, o início da colheita deu-se no mesmo período do ano passado e está antecipada em relação às safras anteriores. “Para a próxima semana estão previstas chuvas esparsas em partes do Estado, caso isto se confirme, o andamento do processo de colheita pode sofrer interferência”.