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As condições climáticas propícias para o surgimento de doenças e pragas nas lavouras de soja têm aumentado a preocupação e os custos para os produtores em Sorriso. Segundo Laércio Lenz, que semeou uma área de 2,2 mil hectares, estão sendo feitas de três a quatro aplicações de inseticidas para impedir o aparecimento da ferrugem asiática. “Aumentou uma média de cinco sacas por hectare apenas com custos preventivos”, detalhou.
Apesar disso, Laércio afirma que a expectativa é por uma boa safra. A previsão é que a propriedade tenha uma produtividade de 55 sacas por hectare e uma produção aproximada de 110 mil sacas. “São vários fatores que podem atrapalhar. É difícil fazer uma estimativa. Devemos iniciar a colheita na próxima semana. Até agora o clima está favorável”, explicou.
Até agora, Mato Grosso registrou cinco casos de ferrugem asiática. As últimas confirmações foram feitas, na última semana de dezembro, no município de Campo Novo do Parecis (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá). As ocorrências surgiram em áreas com pulverizações preventivas, o que justifica a necessidade do alerta máximo para a gravidade da dispersão da doença.
As confirmações em Campo Novo se deram em plantas em estágio de desenvolvimento (fenológico) R5, já entrando em fase de desenvolvimento do grão, ou seja, em um momento bastante delicado da lavoura, no qual a incidência da doença pode de fato pôr em risco a produtividade da soja. A identificação desses casos foi feita por Dias Guerra do Ministério da Agricultura e pelo pesquisador Ivo Pedro, da Fundação MT.
A doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é considerada uma das mais severas que incidem sobre a cultura e pode ocorrer em qualquer estádio fenológico. Plantas infectadas apresentam desfolha precoce, comprometendo a formação e o enchimento de vagens, reduzindo o peso final dos grãos e demandando mais custos de combate e controle ao produtor. Nas diversas regiões geográficas onde a ferrugem asiática foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
Na atual safra, o primeiro foco veio antes mesmo da conclusão do plantio, com um caso em União do Sul, norte mato-grossense, no começo de dezembro. Essa confirmação, serviu de alerta, demonstrando que doença estava ativa e pronta para se espalhar, favorecida, como nunca, por um clima quente e úmido, o mesmo clima que tanto favoreceu o plantio da soja. Além de União do Sul e dois casos de Campo Novo do Parecis, foram identificadas a presença da doença em Campo Verde e em Primavera do Leste.
Até ontem, foram contabilizados 45 registros da doença na safra brasileira de soja. O Paraná segue liderando os casos de ferrugem no país, com 19 confirmações, seguido por Mato Grosso do Sul com 14, Mato Grosso com cinco, Rio Grande do Sul com quatro e São Paulo com três. Dos 45 casos, 24 deles são em estádio R5.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: Só Notícias/Bruno Bortolozzo/arquivo)