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Presidente da Embrapa defende investimento na ciência para país evitar perdas agrícolas

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O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, defendeu nesta quinta-feira, na Câmara dos Deputados, o financiamento da ciência por meio de novos mecanismos a fim de permitir que ela possa participar de um mercado cada vez mais exigente. Ele participou de sessão solene em homenagem aos 45 anos da Embrapa, completados nesta quinta.

Segundo Lopes, os fundos patrimoniais são uma possibilidade em um contexto onde a ciência não pode ficar à mercê de altos e baixos da economia e de contingenciamentos orçamentários constantes.

Ele acredita que investir em ciência permite ao país economizar com perdas agrícolas. E citou o exemplo de uma tecnologia que evitou, no ano passado, o uso de fertilizante nitrogenado nos 34 milhões de hectares de soja plantados no Brasil e levou à economia de 13 bilhões de dólares. “Treze bilhões de dólares significam 14 vezes o orçamento da Embrapa em um único ano com uma única tecnologia. Então, quando me dizem que fazer ciência é caro, eu digo que não investir na ciência é que é muito caro para qualquer País”, afirmou.

Com o olhar voltado para o futuro, a empresa acaba de lançar uma agenda com projeções e expectativas para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira até 2030.

O documento lista tendências globais e nacionais sobre as principais transformações na agricultura em questões científicas, tecnológicas, sociais, econômicas e ambientais. Uma dessas tendências diz respeito à intensificação do uso das áreas já destinadas a agricultura para reduzir a pressão sobre ambientes que precisam ser preservados. Outra passa pelo ponto de vista do consumidor, que deseja do alimento mais do que energia e proteína, mas também novos sabores e aromas, em uma mudança de padrões de consumo.

“Essa agenda nos guia no sentido de nos reinventarmos, incorporar mecanismos novos de gestão e governança, na necessidade de sermos uma instituição maleável, flexível”, observou Maurício Lopes.

Os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Carlos Melles (DEM-MG) se comprometeram em apoiar politicamente a demanda, para que não faltem recursos à Embrapa. A empresa foi elogiada na sessão solene por impulsionar o agronegócio brasileiro e posicionar o País como segundo maior produtor mundial de alimentos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em discurso enviado à sessão solene, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou ser essencial o papel da Embrapa no setor agropecuário, que responde por quase 1/4 do PIB nacional. Maia lembrou ainda que foi esse setor que ajudou a consolidar o reaquecimento da nossa economia em um momento de crise.

Para o deputado Sergio Souza (PMDB-PR), um dos parlamentares que sugeriram a homenagem, a Embrapa é fundamental na consolidação da vocação que ele considera ser brasileira: o agro.

A Embrapa, disse ainda, nasceu em um momento de crise global de alimentos e contribuiu para transformar o Brasil, que importava comida, em grande produtor e exportador. “Invista no agro. Nós vamos dobrar o tamanho do agro no Brasil em 30 anos. Não é só a produção de grãos e de proteína animal, mas de máquinas, de insumos, de tecnologias”, declarou, lembrando que o setor também movimenta portos e estaleiros.

O outro parlamentar que solicitou a sessão solene, deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), reconheceu a Embrapa por ter a capacidade de se manter de pé e produzir com excelência mesmo em momentos difíceis. “Por sua importância, a Embrapa precisa ser valorizada e lembrada sempre”, resumiu.

Nas palavras do vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Muni Lourenço, a Embrapa se notabilizou pela seriedade, pela integridade e pelo profundo conhecimento técnico. “Cada real que a sociedade coloca nos seus cofres retorna com mais de R$ 11 reais em desenvolvimento social e econômico para o país”, disse.

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