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Preços inviabilizam produção de soja e milho no Estado, avalia vice da Aprosoja

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Os atuais preços da soja e do milho estão “raspando” com os custos e podem inviabilizar as culturas em Mato Grosso. A avaliação é do vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Elso Pozzobon. “Está bem complicado. Em relação à soja, é uma reação de mercado em função da divulgação de supersafra. Preocupa bastante porque, se ficar neste nível de preço, inviabiliza o plantio da próxima safra. Milho então, nem se fala. Nestes preços, os produtores não conseguem nem cobrir os custos”, afirmou, ao Só Notícias/Agronotícias.

Conforme os últimos boletins do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os preços da soja e do milho caíram em todas as praças do Estado, no comparativo entre fevereiro e março. A maior queda foi verificada em Campo Verde, onde a saca da oleaginosa passou a custar R$ 54 no último mês (-7,6% em relação a fevereiro). A saca do milho, por outro lado, teve queda de 10,64% e, atualmente, custa R$ 20,15, em Sorriso (próximo da média estadual).

Segundo Pozzobon, atualmente não há ambiente para ocorrer uma elevação nos preços da soja. “Falar de mercado é complicado, mas hoje não tem ambiente para dizer que vai subir. Temos fatores que influenciam. Chicago está em nível baixo, em função de oferta e demanda. Também temos problemas com frete, com as estradas do Norte em más condições e alto custo para escoamento pelo Sul. O transporte consome boa parte do faturamento. São conjunturas que a gente espera que reverta a médio prazo, para que viabilize o plantio da próxima safra”.

O vice-presidente da entidade ainda adiantou que espera uma posição governamental em relação aos preços do milho. “Se continuar nestes valores, fatalmente o produtor vai reter a safra que está plantada. Desta forma, a próxima não será plantada, porque não tem razão para isso. O governo fez intervenções em anos anteriores, de modo a garantir preço mínimo do milho. Precisamos desta garantia novamente”.

A colheita da soja no Estado ainda não foi totalmente finalizada, segundo o Imea. Até a última sexta-feira (31), haviam sido colhidos 98,7% da área de 9,3 milhões de hectares. A previsão é de uma produção de 31 milhões de toneladas. O plantio do milho, por outro lado, foi encerrado na última semana. A estimativa é que sejam produzidas 4,5 milhões de toneladas em Mato Grosso.

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