Diante dos preços desvalorizados do cereal e da possível confirmação do fenômeno La Niña para o próximo ano, o cultivo do milho não vem animando a destinação de áreas para a safra 2017/2018 que, aliado ao atual ponto de equilíbrio a R$ 19,23/sc para o milho de alta tecnologia no Estado, pode resultar na redução de investimentos em tecnologia neste momento de inseguranças climáticas. Segundo avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), tal cenário reflete na perspectiva de redução da produção em 18,75% frente à safra anterior, ficando estimada em 24,75 milhões de toneladas.
Além disso, a paridade de exportação para julho de 2018 não está apresentando valores significativos, dado que trabalhou até o momento a uma média de R$ 14,27/sc. “Cabe salientar que as perspectivas de produtividade recorde na safra norte-americana podem continuar pesando sobre as cotações na CME, enquanto que o dólar, apesar de estar apresentando reação na reta final de 2017, continua sendo uma incógnita, em vista de que as possíveis reformas políticas nacionais e internacionais, preteridas no atual governo, podem influenciar na direção do câmbio neste próximo ano”, avalia o Imea.
Para os analistas do instituto, diante de um cenário de incertezas quanto ao futuro da safra e do direcionamento dos preços, “ainda restam 83,6% da produção (safra 17/18) estimada a ser comercializada, necessitando da atenção do produtor ao mercado durante as negociações, a fim de garantir sua rentabilidade”.