A sessão desta quinta-feira (3) foi marcada pela volatilidade na Bolsa de Chicago (CBOT). As cotações do milho testaram os dois lados da tabela, mas sem movimentações expressivas e, finalizaram o dia com perdas entre 1,25 e 1,50 pontos. O setembro/17 era cotado a US$ 3,63 por bushel, já o dezembro/17 operava a US$ 3,77 por bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações do cereal acompanharam as perdas registradas nos futuros da soja. Porém, o movimento negativo foi menor, uma vez que, os analistas observam as projeções das consultorias privadas para a safra norte-americana.
Ainda essa semana, a INTL FCStone, estimou a produção de milho dos EUA em 345,21 milhões de toneladas, com produtividade estimada em 172,3 sacas por hectare. Os números ficaram abaixo do indicado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em julho, de 362,1 milhões de toneladas e um rendimento médio de 180,67 sacas por hectare. O órgão atualiza as informações na próxima semana.
Além disso, a perspectiva de melhora no clima no Corn Belt também permanece como um fator de pressão nos preços da commodity. As previsões para os próximos 8 a 14 dias permanecem inalteradas. Conforme dados do NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país – algumas localidades do Corn Belt terão chuvas acima da normalidade e outras abaixo. No mesmo período, as temperaturas ficarão abaixo da média em todo o cinturão produtor do cereal.
Já o boletim de vendas semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), indicou as vendas do cereal em 36,7 mil toneladas na semana encerrada no dia 27 de julho. As vendas da safra nova somaram 438,3 mil toneladas do cereal.
Mercado brasileiro
Já no mercado brasileiro, as cotações permanecem pressionadas negativamente pelo andamento da safrinha. Nesta quinta-feira, apenas a praça de São Gabriel do Oeste (MS), subiu 3,33%, com a saca do cereal a R$ 15,50 e em Campinas (SP), o valor caiu 1,61%, com a saca a R$ 24,50, registraram modificações, conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Paranaguá, a saca futura permaneceu estável em R$ 26,50.
Segundo Maurillo Marcondes Larios, analista da Ouro Investimentos, a “comercialização do milho está cada vez mais difícil. Há algumas semanas, Chicago esboçou uma reação devido à perspectiva de uma quebra na safra americana, porém, as cotações voltaram a cair com o retorno das chuvas no Corn Belt”.
O analista ainda destaca que alguns produtores de Rondonópolis (MT) aproveitaram a alta do dólar e realizaram negócios com a saca do cereal entre R$ 17,00 a R$ 18,50. “Hoje está mais complicado, os preços estão entre R$ 15,50 a R$ 16,00, o que não gera interesse”, reporta Larios.
Diante desse quadro, o analista afirma que o cenário poderá se complicar mais caso não haja uma alta nos preços na Bolsa de Chicago para levantar os preços ou uma valorização cambial para que haja uma melhora nas exportações brasileiras. Em julho, os embarques de milho somaram 2,32 milhões de toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Ainda hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou duas novas operações de apoio à comercialização do cereal. No caso do leilão de Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), 100% do volume ofertado, de 60 mil toneladas do cereal, foi negociado. Já no leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), a oferta foi negociada quase em sua totalidade, 99,98%, do total de 692 mil toneladas do grão.
E, apesar dos prêmios iniciais mais baixos do que os divulgados na última operação, houve disputa e os valores cederam novamente.