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Preços da soja sobem no interior do Brasil com prêmios elevados; Chicago tem estabilidade

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Os preços da soja, nesta terça-feira (10), voltaram a registrar variações intensas no interior e nos portos do Brasil, mesmo com a estabilidade das cotações na Bolsa de Chicago. Mesmo com uma baixa mais severa do dólar nesta primeira sessão da semana – a moeda americana caiu mais de 1% nesta terça – algumas praças de comercialização chegaram a subir até 5,8%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste/MS, onde a saca de soja foi a R$ 73,00.

Nos portos, porém, as cotações recuaram, acompanhando esse recuo do câmbio. Em Rio Grande, a soja disponível foi a R$ 86,50 por saca, com queda de 1,14%, e a referência agosto/18 em R$ 87,50, com baixa de 1,01%. Já em Paranaguá, manutenção no spot para R$ 89,50 e baixa de 1,67% para R$ 88,50 no março/19.

Segundo explica o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlso Cogo Consultoria Agroeconômica, essas altas que vêm sendo registradas no interior do Brasil têm se dados diante de uma maior disputa por matéria-prima nas praças de comercialização para levá-las aos portos.

“Há, nesse momento, um interesse maior de se originar soja no interior. Isso vem promovendo uma diferença de até R$ 2,00 a mais por saca, muitas vezes, no interior”, diz, complementando que os ganhos no têm, portanto, acompanhando as altas que são observadas nos portos nos últimos dias. “E as indústrias locais estão bem abastecidas neste momento”, completa.

Uma combinação de prêmios muito altos e dólar forte, ainda próximo dos R$ 3,80, segue como o principal pilar para as cotações.

Nesse cenário – onde os prêmios seguem acima dos US$ 2,00 por bushel sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago – os negócios fluem melhor no país, apesar dos entraves ainda ocasionados pela questão dos fretes. O tabelamento está mantido e boa parte do escoamento da safra acaba comprometido.

Além disso, a oferta de soja no Brasil já começa a se mostrar mais restrita, principalmente por conta dos números fortes de exportações deste mês de julho. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas brasileiras já somam mais de 2,5 milhões de toneladas somente na primeira semana do mês. No acumulado do ano, as exportações passam de 48,8 milhões de toneladas.

“O ritmo segue forte em todo o complexo soja, com muitos compradores querendo o grão. Se não tivessemos com o impasse da tabela dos fretes, que continua segurando parte do movimento, teríamos números ainda maiores do que estes. Há um potencial de as exportações brasileiras superarem forte as 10 milhões de toneladas de soja neste mês de julho e ser recorde histórico de embarques para o mês”, acredita o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Ainda segundo Cogo, “o produtor que vender agora está fazendo um bom negócio, porque o preço é muito bom, o câmbio – apesar da queda de hoje – é bastante atrativo, o prêmio está muito alto, o que compensa as perdas em Chicago”, mas, alerta para o curtíssimo prazo. “No curtíssimo prazo não seria adequado vender, já que ele poderia esperar uma recuperação do dólar no Brasil, da cotação internacional, do momento de entressafra no Brasil”.

Além disso, lembra que essa é uma semana de incertezas para as cotações, com o andamento ainda da guerra comercial entre China e Estados Unidos e a chegada de um novo boletim mensal de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (12).

Bolsa de Chicago

Nesta terça-feira, os preços da soja fecharam o dia na estabilidade na Bolsa de Chicago. O contrato julho/18 ficou em US$ 8,52 por bushel, subindo 0,50 ponto, o agosto e o setembro terminaram o dia sem variação, enquanto o novembro/18 recuou 0,50 ponto, para ficar em US$ 8,71.

Além da pressão da disputa comercial entre chineses e americanos e a falta de novidades sobre os movimentos de ambos neste imbróglio, há ainda um ajuste de posições por parte dos fundos investidores antes da chegada destes novos números do USDA.

As boas condições de clima nos Estados Unidos também atuam como fator de pressão sobre os preços. O desenvolvimento das lavouras norte-americanos é bastante satisafatório, com 71% delas em boas ou excelentes condições – melhores do que as do ano passado – além de boa parte dos campos já estarem em fase de florescimento.

“As lavouras deste ano estão melhores e vão crescendo as expectativas de que o USDA aumente a expectativa da safra americana no relatório que chega nesta semana, com uma média entre 117,5 e 118 milhões de toneladas, frente as 116,5 milhões que foram estimadas no mês passado”, explica Brandalizze.

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