Em Cuiabá, um novo cenário para realização de feiras agropecuárias e outros eventos similares, à altura do patamar mato-grossense na esfera do agronegócio. Essa é a meta do sindicato rural, Acrimat e da Nelore Mato Grosso, que a apresentaram ao governador Pedro Taques juntamente com o pedido para que o governo invista nessa proposta. Taques deu o sinal verde, mas o condicionou: quer conhecer o projeto e a definição fundiária da área para a construção.
Taques foi recebido ontem pelo sindicato rural, Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (Nelore Mato Grosso) que lhe ofereceram um café da manhã no Parque de Exposições Senador Jonas Pinheiro, onde ouviu a reivindicação feita pelo empresário e sindicalista rural Jorge Pires, em nome das três entidades do agronegócio.
Jorge Pires explicou que o parque instalado numa área de 17 hectares no bairro Porto, em estrutura acanhada, não é boa vitrine para o agronegócio mato-grossense que responde pelo maior rebanho bovino nacional, pela metade do algodão brasileiro e lidera a produção de soja e milho safrinha no país. A meta é a virar a página atual sem necessidade de sua transferência para outro local e transformá-lo numa das referências em feiras agropecuárias, como parte da modernização da capital para seu tricentenário em 8 de abril de 2019. Para tanto, as três entidades defendem a construção de uma estrutura futurista e que ao mesmo tempo tenha funcionalidade. Sem recursos para tanto, os idealizadores do projeto buscaram o apoio do governo estadual.
Taques disse que está disposto a participar, mas para isso precisa conhecer o projeto e quer a definição da titularidade da área do parque, porque há dúvida quanto a isso. Jorge Pires assegurou ao governador que em 10 ou 15 dias o projeto será elaborado pelos arquitetos Antônio Carlos Cândia e Jhonny Rother. Sobre a titulação do terreno, ele argumentou que se trata de área pública e que sua ocupação pelas entidades evitaria inclusive que a mesma fosse invadida. Otimista, o sindicalista definiu que a construção começará em 1º de março, mas não revelou seu custo global, que somente será definido após a conclusão do projeto de arquitetura. Anfitriões e Taques definiram que o projeto será apresentado oficialmente numa solenidade no Palácio Paiaguás.
O parque se situa numa área que foi alagada quando da grande enchente do rio Cuiabá em 1974. Seus antigos moradores foram retirados e posteriormente um acordo entre a prefeitura, governo e o sindicato rural permitiu que a Expoagro, que até então era realizada numa área do Ministério da Agricultura, no bairro da Manga, em Várzea Grande, foi transferida para aquele local.
A cidade cresceu no entorno do parque e em 2010, quando estavam em curso os preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014, o governo, a prefeitura, o sindicato rural e a Acrimat chegaram a um entendimento para transformá-lo num Fan Park, que ficaria como área de lazer permanente num pacote dos legados da Copa. Em troca o governo cederia em comodato às entidades uma área de 100 hectares ao lado da Rodovia Palmiro Paes de Barros, que liga a capital a Santo Antônio de Leverger e doaria recursos para parte da construção das instalações. Esse entendimento foi por água abaixo e nunca saiu do papel. Na Copa o parque de exposições foi Fan Park, mas utilizando as arquibancadas já existentes.
Ao apresentar a proposta ao governador, Jorge Pires argumentou que Cuiabá precisa de uma grande vitrine para o agronegócio mato-grossense. Sua meta é transformá-la num grande polo irradiador da vitalidade desse segmento econômico, tirando proveito dessa condição para a economia cuiabana, porque o novo parque poderia sediar permanentemente diversos eventos da cadeia do agronegócio e, com isso, promover o turismo de negócios, o que reduziria a baixa taxa de ocupação da rede hoteleira e também incrementaria outros setores.
Fonte: Diário de Cuiabá