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Nesta semana, mais um caso de ferrugem asiática foi confirmado e registrado no Consórcio Antiferrugem, dessa vez, em Nova Mutum, município localizado a 269 quilômetros ao norte de Cuiabá, pela Fundação MT. Além da doença, as chuvas que caem de forma intensa e constante em importantes áreas produtoras do Estado, como norte e oeste, têm impedido a colheita de áreas prontas e já relatos de perdas pontuais, avarias e quebra de produtividade.
A doença foi descoberta em planta em estádio (ciclo) de desenvolvimento R5, já entrando em fase de desenvolvimento do grão, ou seja, em um momento bastante delicado da lavoura, no qual a incidência pode de fato pôr em risco a produtividade da soja. Com esse registro, Mato Grosso passou a 21 casos em lavouras comerciais na safra 2016/17. À frente estão o Paraná com 70, seguido por pelo Rio Grande do Sul com 32 e Mato Grosso do Sul com outros 28 casos de ferrugem asiática. No país já são 168 confirmações.
O Consórcio é uma parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja e traz informações sobre a doença em todo o país. Em Mato Grosso, dos 21 casos, três são em Campo Novo do Parecis, cinco em Campo Verde, um em Chapada dos Guimarães, um Juscimeira, um em Diamantino, um em Nova Mutum, um em Poxoréo, dois em Primavera do Leste, um em Santo Antônio do Leste, um em Sapezal, um em Sorriso, um em Tangará da Serra, um em União do Sul (o primeiro a ser confirmado, ainda em dezembro) e um em Vera.
Conforme relato de autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Mato Grosso (Mapa) e da Fundação MT – os que mais registraram os casos – há inúmeras suspeitas de ferrugem, somente em Campo Verde, já são cinco confirmações. A tendência, com colheita e clima favorável à multiplicação do fungo, é a disseminação da doença.
A doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é considerada uma das mais severas que incidem sobre a cultura e pode ocorrer em qualquer estádio fenológico. Plantas infectadas apresentam desfolha precoce, comprometendo a formação e o enchimento de vagens, reduzindo o peso final dos grãos e demandando mais custos de combate e controle ao produtor. Nas diversas regiões geográficas onde a ferrugem asiática foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
O primeiro caso de ferrugem asiática da safra 2015/16 só foi confirmado em meados de janeiro de 2016. O atraso se deu em razão da forte estiagem que empurrou o período chuvoso, segurando o surgimento da doença. Já na atual safra, o primeiro foco veio antes mesmo da conclusão do plantio, com um caso em União do Sul, norte mato-grossense, no começo de dezembro.
De acordo com o Notícias Agrícolas, em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá), os prejuízos por conta das chuvas já começam a aparecer, com a soja apodrecendo em campos do município. “Já tem soja pobre. Tem produtor que colheu 40% avariado. Até pode ser usado para ração. As tradings toleram até 8%. A partir disso é descontado de 1 para 1. No final, acaba gerando um prejuízo de até 25% da colheita”, relata o presidente do Sindicato Rural do município, Carlos Simon.
Já em Sorriso (a 460 quilômetros ao norte de Cuiabá), uma pesquisa do Sindicato Rural mostrou que já há, aproximadamente, 35% da área colhida, com uma produtividade média das primeiras colheitas de 57,7 sacas por hectare. No entanto, as colheitadeiras estão a todo vapor para driblar os efeitos das chuvas que chegaram à região na última semana e que retornaram nesta quarta (25), mas de forma menos intensa.
Segundo Laércio Pedro Lenz, ex-presidente do Sindicato Rural local, as chuvas têm de fato, mantido mais lento o ritmo dos trabalhos de campo neste momento na região e as lavouras já começam a sentir. “Colhi áreas de até 63 sacas por hectare antes das chuvas, agora, isso caiu para 59 sacas. O grão já perdeu muito peso e isso é ruim, porque temos o mesmo volume de grãos, com menos peso”, explica.
Fonte: Diário de Cuiabá (foto: divulgação/arquivo)